Alimentação intuitiva: conheça plano alimentar que não conta calorias
A ideia é comer de forma consciente e respeitando as determinações do próprio organismo, mas plano não pode ser seguido por qualquer pessoa
atualizado
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Na busca por uma vida mais saudável, todos os dias surgem novas dietas. Porém, na contramão de regimes restritivos, um plano alimentar criado nos Estados Unidos em 1995 está voltando a ser discutido: a alimentação intuitiva. O método sugere que o indivíduo apenas coma quando sentir fome e que as escolhas sejam feitas de acordo com o que o organismo pedir.
A alimentação intuitiva não é considerada uma dieta, mas uma mudança de hábitos alimentares que pretende fugir das restrições dos regimes de emagrecimento enquanto garante que o indivíduo seja nutrido com boas opções de comida. Para os adeptos do plano, o corpo é quem sabe melhor o que precisa para se nutrir. A prática, porém, pode não ser a mais adequada para todos os públicos.
Veja algumas das regras:
- Comer sem culpa e sem pensar a alimentação apenas como uma meta de calorias;
- Respeitar a própria fome;
- Entender a sensação de saciedade;
- Evitar comer para compensar as emoções.
Quem deve evitar a alimentação intuitiva?
Os nutricionistas, todavia, esclarecem que, apesar de muito interessante, esse tipo de rotina alimentar não pode ser aplicado como primeira opção por todo paciente. Adepta da alimentação intuitiva, a nutricionista Michelly Boechat, de Niterói, defende que ela só é efetiva depois de um processo de reeducação alimentar.
“A alimentação intuitiva foi pensada para respeitar nosso corpo, mas nem todos estamos preparados para lidar com a liberdade que ela traz. Para ter sucesso, devemos estar bem conscientes de como funciona nosso organismo e ficar longe de relações emocionais com a comida”, ressalta.
A nutricionista Thaílla Fontenele, de Brasília, concorda que é preciso ter cuidado ao adotar esse tipo de alimentação. “É uma forma de conhecer e ouvir o próprio corpo e respeitar sinais e sintomas, mas exige muito autocontrole emocional para ser efetivo”, alerta.
Michelly complementa ao ressaltar que a alimentação intuitiva é um passo natural para indivíduos em reeducação alimentar. Nesse caso, elas já entendem suas necessidades nutricionais depois de ter feito um acompanhamento apropriado. Pessoas com distúrbios alimentares, compulsivas, ansiosas ou sedentárias, no entanto, podem acabar prejudicando a própria saúde ao aderir a esse tipo de cardápio.
“No meu ver, esse tipo de alimentação não funciona para todos, principalmente pelo fato de existirem pessoas que comem emoções, ou seja, descontam tudo na comida. Imagine um paciente que não teve uma base alimentar minimamente saudável na infância, respeitando esse comer intuitivo? O melhor é sempre ter orientação profissional”, conclui Thaílla.
Liberou geral?
Os princípios da alimentação intuitiva não guiam para o descontrole: pelo contrário, a ideia é promover o real conhecimento de si. O objetivo é se alimentar com respeito à própria saúde e aceitar que um corpo saudável vai intuitivamente pedir o que ele necessita para continuar saudável.
“Este pensamento indica que a alimentação não tem de ser um peso na vida, ela é um prazer. Ao mesmo tempo, não é uma entrega total ao prazer e sim às necessidades do corpo. Temos que pensar que a fome real e as necessidades nutricionais são diferentes da fome sentimental”, pontua Michelly.
Outro exemplo de como o bem-estar é pensado na alimentação intuitiva é a prática de atividades físicas. Faz parte do plano que o indivíduo pratique exercícios, mas não foque só em quantas calorias são perdidas. O objetivo é encontrar um exercício que faça bem ao corpo e à mente.
“A alimentação intuitiva não é um tipo de dieta, ela é uma filosofia de autoconhecimento, de entendimento do próprio organismo. Eu atendo pacientes que só se sentem bem comendo de três em três horas, outros só se dão bem com jejuns intermitentes. Se a pessoa está saudável física e mentalmente, é isso o que mais importa na hora de planejar a alimentação”, completa Michelly.
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