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Além do olfato e paladar, Covid também pode afetar visão e audição

Zumbido no ouvido, tontura e conjuntivite são queixas comuns em consultórios entre pacientes após recuperação da Covid-19

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1 de 1 oftalmologista - Foto: Getty Images

Pelo menos quatro dos cinco sentidos podem ser prejudicados pela Covid-19. A perda do olfato e paladar já vinha sendo relatada desde o início da pandemia, mas pesquisas recentes soam o alerta para consequências à visão e à audição também.

Um estudo conduzido por pesquisadores do Canadá mostrou que a taxa de perda de audição entre pacientes com Covid-19 era de 3,1%. De zumbido, 4,5% e cerca de 12,2% dos diagnosticados apresentavam também tontura. Os resultados foram publicados no Canadian Journal of Neurological Sciences.

Como a Covid age em nosso organismo:

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Idosos e pessoas com comorbidades, como doenças cardíacas, pulmonares ou obesidade, e os imunossuprimidos apresentam maior risco de desenvolver complicações mais sérias da Covid-19
No início da pandemia, os principais sintomas associados à doença eram febre, cansaço, tosse seca, dores no corpo, congestão nasal, coriza e diarreia
Dois anos depois da confirmação do primeiro caso, com o surgimento de novas variantes do coronavírus, a lista de sintomas sofreu alterações
Pacientes passaram a relatar também calafrios, falta de ar ou dificuldade para respirar. Fadiga, dores musculares ou corporais, dor de cabeça, perda de olfato e/ou paladar, dor de garganta, náusea, vômito e diarreia também fazem parte dos sintomas
A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, espalhou-se rapidamente pelo mundo e gerou um novo perfil da doença
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Os testes laboratoriais confirmaram que o medicamento é capaz de conter a capacidade viral de mutações, como a Ômicron e a Delta, classificadas como variantes de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

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Idosos e pessoas com comorbidades, como doenças cardíacas, pulmonares ou obesidade, e os imunossuprimidos apresentam maior risco de desenvolver complicações mais sérias da Covid-19

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No início da pandemia, os principais sintomas associados à doença eram febre, cansaço, tosse seca, dores no corpo, congestão nasal, coriza e diarreia

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Dois anos depois da confirmação do primeiro caso, com o surgimento de novas variantes do coronavírus, a lista de sintomas sofreu alterações

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Pacientes passaram a relatar também calafrios, falta de ar ou dificuldade para respirar. Fadiga, dores musculares ou corporais, dor de cabeça, perda de olfato e/ou paladar, dor de garganta, náusea, vômito e diarreia também fazem parte dos sintomas

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A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, espalhou-se rapidamente pelo mundo e gerou um novo perfil da doença

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Atualmente, ela se assemelha a um resfriado, com dores de cabeça, dor de garganta, coriza e febre, segundo um estudo de rastreamento de sintomas feito por cientistas do King's College London

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A mudança no perfil dos sintomas é um desafio no controle da pandemia, uma vez que as pessoas podem associá-los a uma gripe comum e não respeitar a quarentena, aumentando a circulação viral

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Um estudo feito no Reino Unido, com 38 mil pessoas, mostrou que os sintomas da Covid-19 são diferentes entre homens e mulheres

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Enquanto eles costumam sentir mais falta de ar, fadiga, calafrios e febre, elas estão mais propensas a perder o olfato, sentir dor no peito e ter tosse persistente

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Os sintomas também mudam entre jovens e idosos. As pessoas com mais de 60 anos relatam diarreia com maior frequência, enquanto a perda de olfato é menos comum

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A maioria das pessoas infectadas que tomaram as duas doses da vacina sofre com sintomas considerados leves, como dor de cabeça, coriza, espirros e dor de garganta

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Outra revisão estima que 11% dos pacientes tenham manifestações oculares após a doença. As mais comuns foram sensação de olho seco ou de um corpo estranho no olho (16%); vermelhidão (13,3%); lacrimejamento (12,8%); coceira (12,6%); dores (9,6%) e secreção ocular (8,8%). Ainda, entre as doenças oculares mais destacadas por pessoas que tiveram Covid-19, 88,8% relatam a conjuntivite. Esses dados foram analisados por pesquisadores do Irã e Canadá, e os resultados publicados na revista científica Journal of Ophthalmic and Vision Research.

Em ambas as publicações, porém, os autores destacam que os achados devem ser interpretados com cautela, visto que os estudos ainda são recentes, com um número limitado de casos e não há evidências suficientes para uma associação direta entre a Covid-19 e esses sintomas.

Relatos no consultório do oftalmologista

As condições observadas nos estudos também são percebidas no dia a dia dos consultórios: “Nós temos uma série de relatos que mostram que a Covid-19 também incide nos olhos”, afirma Rui Barroso Schimiti, oftalmologista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Segundo o especialista, essas consequências se manifestam de forma leve, com conjuntivites e inflamações no nervo óptico, ou mais grave, com a paralisia do globo ocular. Também foram constatados casos de estrabismo. Pacientes que ficaram muito tempo deitados em posição de prona – de barriga para baixo – no ambiente hospitalar podem ter problemas relacionados à disposição ocular, de acordo com Schimiti.

Como ainda não há um consenso sobre a duração desses sintomas, os especialistas reforçam que é cedo para falar em prevenção ocular. Evitar o contágio pelo coronavírus, no entanto, é uma medida necessária, bem como avaliar a saúde ocular após a recuperação da Covid-19. No caso de pacientes internados e que seguem acamados, proteger os olhos com pomadas de vaselina é uma recomendação.

“Temos observado um tempo maior para recuperação e equilíbrio da superfície ocular. Ainda há um grau de sequela que é desconhecido”, afirma oftalmologista.

Danos auditivos

O zumbido após a Covid-19 ocorre tanto em casos leves quanto graves da doença. Neste último, os riscos podem aumentar pelo uso de remédios durante o tratamento, os quais teriam uma toxicidade maior para a audição. Outras consequências observadas pelos especialistas são o incômodo para escutar e a tontura.

De acordo com Luiz Fernando Manzoni Lourençone, otorrinolaringologista e professor do curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), esses sintomas são observados em outras infecções respiratórias também e, no caso da Covid-19, aparecem tanto no momento de recuperação do paciente quanto depois.

“Fica difícil saber se os sintomas foram causados pela doença ou pelo tratamento. Ainda é muito incerto”, diz. No geral, estes prejuízos são reversíveis e duram menos tempo.

Como os efeitos colaterais interferem diretamente na vida do paciente, é fundamental relatar o incômodo aos médicos para que seja feito um tratamento individualizado. As terapias indicadas, em geral, tentam amplificar ou devolver a audição ao paciente.

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