Além da dor no peito: médicos apontam 5 sinais incomuns do infarto
Cardiologistas elencam sintomas de infarto que vão além da tradicional dor no peito. Vômitos e desmaios estão entre sinais preocupantes
atualizado
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O infarto é a maior causa de morte no Brasil. Aproximadamente 400 mil pessoas são acometidas com o problema por ano e cerca de 20% delas acabam morrendo, segundo o Ministério da Saúde. O sintoma mais comum do ataque cardíaco é uma dor intensa no peito, mas não é apenas neste caso que o paciente deve se preocupar.
Há outros sinais de infarto que o corpo dá e que não podem ser ignorados. “Especialmente entre mulheres e idosos, há outras formas de manifestação do infarto. Diabéticos também devem estar alerta, já que a dor no peito não é tão sentida por eles”, afirma o cardiologista Bruno Bacelar, da clínica Tivolly, em Brasília.
O cardiologista Pedro Paulo Nogueres Sampaio, coordenador da cardiologia do Hospital Samaritano Botafogo, no Rio de Janeiro, reforça que os sintomas menos comuns costumam atingir mais este público. “É importante para os médicos não negligenciarem esses sinais, pois o infarto é sempre uma corrida contra o relógio”, aponta Sampaio.
Em um contexto em que a cada minuto a área comprometida do coração pode ser maior, os médicos alertam para os sinais menos frequentes de infarto:
1. Dores nas costas e na mandíbula
“Eu costumo brincar que, da ponta do nariz até o umbigo, tudo preocupa um cardiologista”, diz Sampaio. O médico alerta, porém, que dores em outros locais do corpo costumam ser apenas irradiações e estão, em geral, acompanhadas de dores no peito.
Segundo Bacelar, há algumas raras ocasiões em que as dores se manifestam apenas nas costas e na mandíbula. “São pouco frequentes, diria que não chegam a 2% dos casos que eu atendi, mas quando mesclados com outros sintomas, eles são preocupantes”, diz.
2. Falta de ar e cansaço
Segundo os cardiologistas, a sensação de falta de ar também pode indicar que alguém está infartando. “A dor gera ansiedade, que causa uma dificuldade de respiração presente em cerca de 10% dos pacientes”, estima Bacelar.
“Além da respiração curta, devemos observar a baixíssima tolerância a qualquer esforço. Se o indivíduo não consegue realizar tarefas do dia a dia sem ficar extenuado, este é um sinal de insuficiência cardíaca que pode indicar um infarto”, aponta Sampaio.
3. Náusea e vômitos
“Como a náusea não costuma estar associada ao infarto, pacientes que apresentam este sintoma como predominante demoram muito a procurar a emergência”, afirma Sampaio.
O cardiologista ressalta, porém, que o enjoo extremo está presente em vários indivíduos que infartam, inclusive sendo mais comum do que dores localizadas nas costas ou na mandíbula. “Não é um sintoma clássico, mas o mal-estar é bem mais frequente em mulheres infartando, diria que observei esse sintoma em 15% dos meus atendimentos de mulheres”, indica Bacelar.
4. Estresse fora do comum
Manifestações intensas de irritabilidade podem motivar ou indicar um infarto. Em alguns casos, o infarto pode até se confundir com uma crise intensa de ansiedade. “Momentos extremos de descarga de adrenalina, de emoções intensas, podem simular os mesmos efeitos ou até provocar um infarto”, diz Sampaio. Mulheres, especialmente as que já passaram pela menopausa, devem ter cuidado com esse sintoma.
5. Desmaios
O desmaio não está diretamente associado ao infarto, mas deve sempre motivar uma avaliação médica, especialmente por que nos casos de ataque cardíaco que leva a desmaios, a gravidade costuma ser mais intensa.
“Especialmente se pessoas jovens desmaiam após um infarto, as chances de morte são muito altas. Pessoas que têm histórico de infartos fulminantes em suas vidas devem estar muito atentas em relação às síncopes”, diz Bacelar.
“O desmaio está presente tanto como sintoma para graves doenças cardíacas como cerebrais, então é preciso atender com urgência pessoas que passam por ele. O sintoma é mais comum em infartos de pessoas idosas: acima dos 75 anos, costuma ocorrer até com bastante frequência”, avalia Sampaio.
Quando devo ir ao hospital?
Antes de ir ao pronto-socorro com algum dos sintomas menos comuns, porém, é importante se observar o histórico de saúde do paciente. “Claro que em casos de dores intensas, de mal súbito, todos devemos buscar a emergência médica. Outros sintomas, porém, como os vômitos, são bem menos frequentes e não devem preocupar se o indivíduo não é idoso ou diabético”, sustenta Bacelar.
“Como as consequências do infarto dependem da demora no atendimento, eu aconselho a buscar o hospital em todas as dores agudas na caixa torácica. No caso de idosos, mulheres, diabéticos e hipertensos, em que o infarto se manifesta de formas incomuns, se deve estar atento a outros sinais, especialmente se são combinados com manifestações mais clássicas, com a sudorese”, ressalta Sampaio.
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