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Nem vinho: beber qualquer dose de álcool já aumenta o risco de morte

Especialistas ingleses alertam que quantidades de álcool que anteriormente eram consideradas toleráveis estão sendo revistas como ameaças

atualizado

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1 de 1 Vinho - Foto: Getty Images

Por muitos anos, pesquisadores sugeriram que tomar uma taça de vinho por dia poderia melhorar a saúde. De acordo com especialistas, porém, este conceito mudou e o que antes era considerado como uso seguro de álcool já basta para aumentar o risco de morte prematura.

Nas diretrizes iniciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) que vigoraram até 2016, homens podiam chegar a 21 unidades semanais de bebida alcoólica, ou seja, 15 ml de álcool puro. Nesse ano, a entidade fez modificações na regra e estabeleceu um máximo de 14 unidades por semana para homens e mulheres. Em 2023, a OMS passou a considerar que não existe quantidade de álcool segura.

As 14 unidades de álcool por semana são equivalentes a seis garrafas grandes de cerveja, nove chopes de 300 ml, cerca de uma garrafa e meia de vinho ou sete doses pequenas de destilados. Hoje, se entende que a quantidade é suficiente para aumenter o risco de câncer, doenças hepáticas e demência, entre outras condições.

“Atualmente, temos bastante certeza de que tinhamos superestimado quaisquer benefícios do álcool para o coração em estudos mais antigos e que eles podem nem existir”, explica o médico John Holmes, especialista em alcoolismo da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, em entrevista ao Daily Mail.

Segundo ele, as pesquisas que compararam pessoas que não bebiam com bebedores ocasionais não questionaram aos participantes abstêmios os motivos de não consumirem álcool. Isso pode ter mascarado eventuais doenças prévias que os teriam obrigado a deixar a bebida e influenciado os resultados.

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Pesquisa de 2023 aponta que sete em cada 10 brasileiros que abusam da bebida acham que bebem moderadamente

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Quais os riscos para quem bebe álcool com moderação?

O professor David Spiegelhalter, que foi consultor das atualizações da OMS em 2016, ressalta que beber não é o único comportamento nocivo que temos socialmente. “Comer sanduíches de bacon algumas vezes por semana é mais perigoso para a saúde a longo prazo do que o álcool. Riscos são parte da vida e manejá-los faz parte das responsabilidades sociais”, afirma, também ao Daily Mail.

Enquanto quem toma 14 unidades de álcool por semana tem uma chance em 100 de ter morte prematura por conta da bebida, em alguém que bebe 50 doses por semana, o risco aumenta para cerca de um a cada seis.

“Beber moderadamente representa um risco pequeno, mas existente, e cabe a cada um de nós decidir se queremos fazer essa aposta”, diz Holmes.

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