metropoles.com

Agência Europeia de Medicamentos desaconselha ivermectina contra Covid

EMA afirma que o uso está autorizado para doenças de pele, infestação de vermes parasitas e para uso veterinário, mas não contra coronavírus

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/Secom Itajaí
ivermectina
1 de 1 ivermectina - Foto: Divulgação/Secom Itajaí

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) emitiu um comunicado nesta segunda-feira (22/3) desaconselhando o uso de ivermectina no tratamento e na prevenção de Covid-19. Ela concluiu que os dados que estão à disposição não confirmam a necessidade de utilização desse fármaco criado na década de 1970 contra o coronavírus – ele é indicado para tratar infestações de parasitas como piolho e sarna.

“Na União Europeia, os comprimidos de ivermectina são aprovados para o tratamento de algumas infestações de vermes parasitas, enquanto fórmulas preparadas com ivermectina são aprovadas para o tratamento de doenças de pele como a rosácea. A ivermectina também está autorizada para uso veterinário em uma ampla gama de espécies animais para parasitas internos e externos. Os medicamentos com ivermectina não estão autorizados para uso na Covid-19 na União Europeia e a EMA não recebeu nenhum pedido para esse uso”, disse a agência.

No Brasil, um grupo de médicos defende o tratamento precoce contra a Covid-19 com o consumo de medicamentos mesmo como profilaxia e sem que a pessoa esteja sentindo qualquer sintoma. Os profissionais de saúde colocaram a ivermectina como um dos remédios que deveria ser utilizado contra a Covid-19. O medicamento está no mesmo grupo de outros sem eficácia comprovada, como a cloroquina, e são defendidos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

“Após recentes relatórios de publicações sobre o uso de ivermectina, a EMA revisou as evidências publicadas mais recentes de estudos de laboratório, estudos observacionais, ensaios clínicos e meta-análises. Estudos de laboratório descobriram que a ivermectina pode bloquear a replicação do SARS-CoV-2 (o vírus que causa a Covid-19), mas em concentrações de ivermectina muito mais altas do que as alcançadas com as doses atualmente autorizadas”, disse a EMA. “Os resultados dos estudos clínicos foram variados, com alguns estudos mostrando nenhum benefício e outros relatando um benefício potencial. A maioria dos estudos revisados pela EMA era pequena e tinha limitações adicionais, incluindo diferentes regimes de dosagem e uso de medicamentos concomitantes. A EMA concluiu, portanto, que a evidência atualmente disponível não é suficiente para apoiar o uso de ivermectina para Covid-19 fora dos ensaios clínicos”, continuou.

A EMA reforça que o uso indiscriminado de ivermectina pode levar a efeitos colaterais indesejados e reitera que sua declaração de saúde pública é endossada também pela Força Tarefa contra a Covid-19 (COVID-ETF).

No Brasil, a utilização do medicamento como profilaxia tem provocado problemas no fígado de muitos pacientes, alguns inclusive com a necessidade de transplante devido à alta dosagem do remédio.

Por causa do problema, a Merck, fabricante da ivermectina, informou em comunicado em fevereiro que não há dados que sustentem o uso dele contra a Covid-19 e que não existe base científica para a recomendação do vermífugo.

Saiba como o coronavírus ataca o corpo humano:

6 imagens
1 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
2 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
3 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
4 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
5 de 6

Yanka Romao/Metrópoles
6 de 6

Yanka Romao/Metrópoles

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?