Agência dos EUA aprova injeção contra HIV que mostrou 90% de eficácia
Apretude é o primeiro injetável para prevenir o HIV em grupos de risco e chegou a diminuir em 90% chance de mulheres cisgênero terem o vírus
atualizado
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O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (FDA) aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus. O Apretude chegou a diminuir em 90% a chance de mulheres cisgênero serem contaminadas, quando comparado com outros medicamentos.
O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses. A segurança e eficácia do remédio foram avaliadas em dois ensaios clínicos que compararam o medicamento com o Truvada, remédio oral usado uma vez por dia para prevenir contra o vírus que causa a Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS).
O primeiro estudo analisou homens não infectados pelo HIV e mulheres transgêneros que fazem sexo com homens e foram consideradas com um alto risco de infecção. Este grupo possuía 4.566 participantes. Resultados mostraram que indivíduos que tomaram Apretude tinham 69% menos risco de se infectarem com o HIV quando comparados com os participantes que tomaram Truvada.
Já o segundo ensaio verificava o resultado das injeções em mulheres cisgênero não infectadas, mas que possuíam risco de contrair o vírus. Ao todo, foram 3.224 mulheres, que tiveram 90% menos risco de serem infectadas.
A diretora do Centro de Avaliação e Investigação de Medicamentos do FDA, Debra Birnkrant, considerou que a aprovação é uma “ferramenta importante no esforço para acabar com a epidemia de HIV, fornecendo uma opção para prevenir o vírus que não envolve tomar um comprimido diariamente”.
“Esta injeção, dada de dois em dois meses, será crucial para enfrentar a epidemia de HIV nos Estados Unidos, e deve ajudar indivíduos de alto risco e certos grupos onde a adesão à medicação diária tem sido um grande desafio ou não uma opção realista”, afirmou Birnkrant.
O medicamento, aceito pelo FDA na segunda-feira (20/12), foi autorizado para adultos e adolescentes com peso mínimo de 35 kg. Além disso, Apretude só deve ser prescrito a indivíduos confirmados como HIV-negativos para reduzir o risco de resistência ao tratamento. Pessoas que se infectarem com o vírus enquanto recebem as injeções devem buscar iniciar o tratamento adequado para imunossuprimidos.
Os efeitos adversos do medicamento para todos os participantes incluíram apenas reações no local de aplicação, dores de cabeça, febre, fadiga e dores nas costas. Entretanto, a rotulagem do medicamento inclui também avisos e precauções relativas a reações de hipersensibilidade, danos no fígado e perturbações depressivas.