Afinal de contas, usar salto alto causa varizes nas pernas?
Especialista em saúde vascular esclarece uma dúvida comum das mulheres
atualizado
Compartilhar notícia
O salto alto é um calçado que gera polêmica entre mulheres. O uso contínuo é valorizado por transmitir a imagem padrão de feminilidade, mas muitas vezes é desestimulado por causar dores no joelho, nos pés e até prejudicar a lombar. Mas será que o uso deste tipo de sapato favorece o surgimento de varizes?
De acordo com a angiologista Helen Pessoni, formada pela Universidade Federal Fluminense e especialista em tratamento de varizes, o salto alto não é inimigo da saúde das pernas.
“O uso de salto em si não gera varizes, mas favorece o surgimento delas. A panturrilha é uma espécie de bomba muscular e funciona como um segundo coração do corpo, bombeando o sangue venoso de volta para o coração e os pulmões”, explica.
Durante o uso do salto alto, a panturrilha fica contraída e, com isso, o bombeamento de sangue pelas veias se reduz. Isso leva a uma maior retenção do volume sanguíneo nos membros inferiores, que pode sobrecarregar as veias e favorecer o surgimento de varizes.
O que são varizes?
Varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele, geralmente nos pés, pernas e coxas. Com a idade, ou devido a fatores hereditários, as veias podem perder sua elasticidade e se dilatar, gerando as varizes.
As varizes são causadas por:
- predisposição familiar;
- sedentarismo;
- obesidade e
- uso de hormônios.
Para quem tem um perfil que se encaixa nesses quadros, o uso frequente de salto alto deve ser evitado.
Como prevenir?
A prática de atividades físicas é importante para a manutenção da saúde vascular. Os exercícios fortalecem a musculatura da panturrilha e favorecem o bom funcionamento do sistema circulatório.
Mesmo assim, ainda podem surgir algumas varizes. O recomendado é que um especialista vascular seja consultado ao perceber qualquer vaso superficial nas pernas. Desse modo, o tratamento precoce será realizado.
(*) Eline Sandes é estagiária do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia