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Afinal, como surgiu a nova variante Ômicron do coronavírus?

A maneira como o vírus adquiriu mutações diferentes das versões anteriores é uma incógnita para os cientistas

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ilustração de um coronavírus, colorida, azul em fundo branco
1 de 1 ilustração de um coronavírus, colorida, azul em fundo branco - Foto: GettyImages

Desde que a variante Ômicron foi identificada e reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo de “preocupação”, o mundo tenta entender como o coronavírus conseguiu se modificar tantas vezes e se transformar em um versão muito diferente daquela que deu início à pandemia.

A princípio, a tese dos pesquisadores era de que a baixa vacinação no continente africano — cerca de 7,5% da população tomou pelo menos uma dose, e só 3,8% têm a imunização completa — teria criado um cenário ideal para que o coronavírus evoluísse e se transformasse. Porém, é difícil comprovar isso.

O sequenciamento genético mostra que a Ômicron não se desenvolveu a partir de nenhuma das variantes mais comuns, já que a nova cepa não tem mutações semelhantes à Alfa, Beta, Gama ou Delta.

Saiba mais sobre a variante Ômicron do coronavírus:

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre a nova variante em 24 de novembro
A Ômicron assusta os pesquisadores por ter muitas mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento
São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células
Os cientistas alertam que não há como saber ainda se as mutações tornaram o vírus mais letal ou mais resistente ao sistema imunológico
Até o momento, não há muitas informações sobre a variante na prática. Porém, pesquisadores da África do Sul acreditam que o risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes em quem teve Covid-19
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A variante Ômicron foi identificada na África do Sul, com amostras colhidas no início de novembro de 2021

Andriy Onufriyenko/Getty Images
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu o alerta sobre a nova variante em 24 de novembro

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A Ômicron assusta os pesquisadores por ter muitas mutações, mais do que as outras variantes identificadas até o momento

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São pelo menos 50 mutações, entre as quais 32 ficam localizadas na proteína Spike, usada pelo coronavírus para invadir as células

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Os cientistas alertam que não há como saber ainda se as mutações tornaram o vírus mais letal ou mais resistente ao sistema imunológico

BSIP/Colaborador/Getty Images
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Até o momento, não há muitas informações sobre a variante na prática. Porém, pesquisadores da África do Sul acreditam que o risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes em quem teve Covid-19

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Ainda não se sabe se as mutações tornam o vírus mais eficiente em fugir da proteção oferecida pelas vacinas

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Países têm aumentado restrições para conter avanço da nova cepa

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Estudos reforçam a necessidade da vacinação contra a Ômicron

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Como nasceu a Ômicron?

Os cientistas têm três teorias para o surgimento do vírus. A primeira delas é que a variante tenha começado a se desenvolver em meados de 2020, em uma população pouco testada, e só agora acumulou mutações suficientes para se tornar mais transmissível. Os pesquisadores acreditam que a cepa precisou de bastante tempo para chegar à quantidade de mutações que apresenta hoje.

“Eu acredito que o vírus não se desenvolveu na África do Sul, onde há muito sequenciamento genético de variantes, mas em algum lugar no sul da África, durante a onda da Covid-19 que apareceu no inverno. Eram muitas infecções por bastante tempo, e para esse tipo de vírus evoluir é preciso uma grande pressão evolutiva”, afirmou o virologista Christian Drosten, da Charité University Hospital, na Alemanha, em entrevista à revista Science.

Há quem acredite, porém, que é muito difícil um vírus ficar tanto tempo escondido apenas entre um grupo de pessoas. “Não há lugar no mundo isolado o suficiente para que esse vírus ficasse circulando sem vazar por tanto tempo”, argumentou Andrew Rambaut, da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Quais são os sintomas mais comuns da variante Ômicron até o momento?

Imunossuprimidos

Rambaut afirma que a hipótese mais provável é que um paciente imunossuprimido tenha ficado com o vírus no corpo por vários meses — já foram relados casos, por exemplo, de uma mulher na África do Sul e outra no Brasil que permaneceram infectadas por cerca de seis meses. Durante esse tempo, a variante teria adquirido as mutações de uma vez só, enquanto se replicava no paciente.

Pessoas HIV positivo são imunossuprimidas, e a doença é de alta prevalência na África, o que poderia ajudar a criar o cenário perfeito para o surgimento de nova variante.

Essa teoria também não é unanimidade: alguns cientistas acreditam que, como acontece com o vírus influenza nessa situação, o coronavírus evoluiria apenas para sobreviver melhor dentro do corpo, não para ser transmitido. Mas outros lembram que o Sars-CoV-2 funciona de maneira diferente, e vive surpreendendo os cientistas com sua capacidade evolutiva.

A terceira opção seria que o coronavírus teria infectado um animal, se desenvolvido nele e voltado a contaminar um humano. Essa é a possibilidade menos provável, mas não pode ser descartada.

Os cientistas afirmam que ainda é muito cedo para bater o martelo e decidir exatamente de onde veio o vírus. O fato é que mais uma vez o Sars-CoV-2 surpreendeu o mundo.

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