Afinal, Brasil garantiu doses para vacinar quantas pessoas contra Covid-19?
As frentes para garantir o acesso à imunização são muitas. Acordos estão fechados com a Oxford/AstraZeneca, com a OMS e a Sinovac/Biotech
atualizado
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Desde os primeiros resultados positivos acerca de vacinas contra a Covid-19, o governo brasileiro tem tentado fechar acordos para garantir doses, imunizar a população e evitar que outros países esgotem os estoques ainda antes do primeiro medicamento ficar disponível.
O Brasil fez acordos com a AstraZeneca, responsável pela vacina de Oxford e o estado de São Paulo está em negociação direta com a Sinovac/Biotech, que produz a Coronavac. O governo brasileiro também mantém conversas com o governo russo e com a Pfizer/BioNTech. Por fim, nessa segunda-feira (31/9), também entrou para a aliança internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para conseguir imunizações a um preço abaixo do mercado.
Mas, estes contratos são suficientes para imunizar toda a população? Ainda não se sabe se a vacina de Oxford precisará de duas doses, mas o governo garantiu, a princípio, 100 milhões de doses da vacina. O Instituto Butantan, por sua vez, estima que poderá distribuir 45 milhões de doses da Coronavac ao SUS até dezembro deste ano — esta, sim, será aplicada em duas etapas.
Nesta semana, o governo se comprometeu a comprar vacinas pela aliança da OMS suficientes para imunizar 20% da população, ou seja, cerca de 40 milhões de pessoas.
Se a vacina de Oxford for aplicada em duas doses, o país possui reserva suficiente para imunizar cerca de 114 milhões de pessoas, o que equivale a 54,2% da população brasileira. Caso apenas uma seja suficiente, 164 milhões de brasileiros poderiam receber a imunização, 78% do total. A conta junta as 100 milhões de doses de Oxford, as 45 milhões da Coronavac e mais as vacinas reservadas pela aliança da OMS.
Para completar a quantidade, o país deve passar a produzir as imunizações de Oxford e a Coronavac em 2o21. Caso os estudos clínicos da vacina russa sejam promissores, o Brasil deve também importar a tecnologia para fabricá-la. Ainda há a possibilidade de comprar doses prontas da Pfizer/BioNTech, apesar de os Estados Unidos terem reservado toda a produção das farmacêuticas para 2020.
O Ministério da Saúde ainda não fechou os grupos que terão prioridade para receber as vacinas, nem o calendário, mas idosos, pessoas com doenças crônicas e profissionais de saúde devem estar na frente da fila.