Adição do treino de força ao aeróbico reduz em 30% o risco de morte
Um estudo dos EUA avaliou dados sobre a prática do treino de força e do aeróbico de mais de 115 mil idosos
atualizado
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Um novo estudo, publicado no Jama Network Open, aponta que adicionar o treino de força ao exercício aeróbico pode ser a chave para viver mais e melhor – juntar as duas modalidades de treino pode reduzir em 30% o risco de morrer por todas as causas. E o treinamento de força não se resume apenas à prática da musculação. Ele inclui várias outras atividades, como usar o peso do próprio corpo para se exercitar, fazer pilates, entre outros.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores avaliaram a atividade física relatada por mais de 115 mil pessoas, com 65 anos ou mais, durante quase oito anos. Todos participavam da Pesquisa Nacional de Entrevistas em Saúde nos Estados Unidos. Os pesquisadores cruzaram os relatos sobre a prática de exercícios com a mortalidade.
Após analisar os dados, eles concluíram que as pessoas que faziam pelo menos duas sessões de treinamento de força por semana, associadas a uma atividade aeróbica moderada a vigorosa, tinham 30% menos risco de morrer em comparação com aquelas que não faziam nenhum treinamento de força.
Para determinar as taxas de risco de morte por todas as causas, os pesquisadores ajustaram os dados para vários fatores, incluindo sexo, idade, raça e etnia, educação, Índice de Massa Corporal (IMC), tabagismo e consumo de álcool, além da presença de hipertensão, doença cardíaca, Acidente Vascular Cerebral (AVC), diabetes, câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica e asma.
“Esses resultados corroboram dados que já são bem conhecidos. Nós devemos fazer atividades físicas na maioria dos dias da semana, de intensidade cardiorrespiratória moderada a vigorosa, e associar pelo menos duas vezes o treinamento muscular de força para vivermos mais e melhor”, disse o educador físico Everton Crivoi, doutor em ciências do esporte e responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.
De acordo com Crivoi, para os idosos em especial, esses treinamentos de força são essenciais para a prevenção de quedas e a manutenção da funcionalidade. Isso porque o envelhecimento naturalmente promove a perda de duas das principais capacidades físicas: a cardiorrespiratória (que é a capacidade de o coração transportar o oxigênio e ele ser bem utilizado pelos músculos) e a capacidade do músculo de produzir força.
“À medida que a pessoa vai envelhecendo, toda atividade que faz ao longo do dia a dia vai se tornando mais difícil por causa da diminuição da força muscular. Se ela fizer somente exercícios aeróbicos, como caminhada ou corrida, por exemplo, isso não será suficiente para preservar a força muscular. E sem força ela passa a ter dificuldade para caminhar, subir uma escada, enfrentar uma ladeira. Qualquer atividade que a gente faz exige força”, explicou o especialista.
A força é a base de tudo
Segundo Crivoi, a força é a base para que uma pessoa consiga fazer qualquer ação cotidiana porque ela exerce funções nos diferentes tipos de atividade que fazemos. “Eu preciso de força para fazer um agachamento para pegar uma sacola de compras. Preciso de força para levantá-la. Por isso é tão importante manter a força muscular”, exemplifica.
Na prática, diz o especialista, o estudo fortalece a importância do incentivo para que as pessoas adicionem exercícios de força na sua rotina. E não precisam se prender exclusivamente aos treinos de musculação – muitas pessoas que não gostam dessa atividade.
“A musculação é o exercício de força mais conhecido, mas não precisa ser só isso. Existem diferentes métodos e meios para trabalharmos força, entre eles o pilates, treinos com elástico, treinamento funcional, treino com o próprio peso corporal. Vá pelo menos duas vezes por semana fazer uma atividade física relacionada à força muscular. Pode escolher o que quiser, mas escolha uma forma de aumentar a sua força muscular”, completou.
Fonte: Agência Einstein
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