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Açúcar causa câncer ou pode alimentar as células cancerígenas? Entenda

Alguns pacientes em tratamento do câncer acreditam que eliminar o açúcar poderia “matar o tumor de fome”, mas não há evidências científicas

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Uma mão segura vários cubos de açúcar - Metrópoles
1 de 1 Uma mão segura vários cubos de açúcar - Metrópoles - Foto: GSO Images/ Getty Images

Por anos, acreditou-se que o açúcar poderia alimentar o câncer devido à possibilidade de a glicose servir como “combustível” para os tumores. Teorias sugeriam que ela ajudaria as células cancerígenas a crescer — por isso, muitos pacientes em tratamento abandonaram o consumo do açúcar.

As células tumorais são reconhecidas por ter um metabolismo “pior” em relação às saudáveis. O médico alemão Otto Heinrich Warburg demonstrou isso em estudos na década de 1920, mostrando que a vida dessas células é facilitada dentro de um ambiente com excesso de açúcar.

As evidências apontam problema apenas em um consumo exagerado da substância. Não existem estudos que comprovem cientificamente a relação direta entre o consumo moderado do açúcar e o aumento da incidência do câncer ou a piora do prognóstico dos pacientes.

Outros fatores, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, já tiveram essa relação com o surgimento de alguns tipos de tumores comprovada.

As células humanas – saudáveis ou cancerígenas – se alimentam de glicose (açúcar) e lipídios (gordura), mas não existem evidências que sustentem a eficácia de uma dieta restritiva para pacientes em tratamento contra neoplasias.

Especialistas alertam que não é sequer possível “matar o tumor de fome” cortando o consumo de bebidas e alimentos que produzem glicose no organismo na tentativa de alcançar a cura.

“Essa ideia existe desde que o açúcar se tornou um grande vilão para a saúde, mas não existem evidências científicas que a comprovem”, afirma o oncologista clínico Eduardo Vissotto, da Oncologia D’Or- DF.

O oncologista Gustavo Fernandes, diretor nacional de Oncologia na Rede Dasa, lembra que o corpo humano não vive sem glicose. Ou seja, cortá-la da alimentação seria, na verdade, mais prejudicial à saúde geral do organismo.

“O tecido do sistema nervoso central não consegue se alimentar de outra coisa. Esse é o motivo pelo qual, quando estamos com fome, em jejum prolongado, e a glicose cai, as pessoas ficam irritadas e de mau humor. Essa situação gera o mau funcionamento do cérebro”, pondera Fernandes.

O médico ressalta a importância de manter a taxa de glicemia dentro da normalidade, com o consumo apropriado dos alimentos saudáveis que geram glicose no sangue, como carboidratos complexos, e baixa ingesta de açúcar simples e puro.

Risco indireto

O grande problema do consumo excessivo de alimentos e bebidas açucaradas é a chance de causar o câncer indiretamente, uma vez que aumenta a predisposição à obesidade, a diabetes e doenças cardiovasculares (como infarto e derrame), enfermidades que causam maior risco de câncer e a redução da estimativa de vida.

A obesidade está relacionada ao desenvolvimento de diversos cânceres – como o de mama, tumores gastrointestinais, de pâncreas, intestino, estômago e alguns ginecológicos – porque leva à inflamação crônica que pode causar a doença, explicam os oncologistas.

“Pessoas com o peso acima do normal têm chances maiores de desenvolver câncer. Os pacientes obesos, com baixa massa muscular e sedentários têm tipicamente um prognóstico pior. Isso só reforça os malefícios do consumo de açúcar para a saúde”, considera Fernandes.

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Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia
O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia
Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença
Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso
O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia
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Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para cada ano do triénio 2020/2022 serão registrados cerca de 625 mil casos da doença no Brasil

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Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia

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O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia

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Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença

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Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso

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O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia

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No Brasil, o carcinoma epidermoide escamoso tem a maior incidência entre os canceres de estômago. Os tratamentos envolvem cirurgia ou radioterapia e quimioterapia

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O câncer de estômago é diagnosticado após a identificação de tumores malignos espalhados pelo órgão e que podem aparecer como úlceras. Relacionado à infecções causadas por Helicobacter Pylori, pela presença de úlceras e de gastrite crônica não cuidada, por exemplo, a doença pode causar vômito com sangue ou sangue nas fezes, dor na barriga frequente e azia constante

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O câncer de colo de útero tem como sintomas sangramento vaginal intermitente, dor abdominal relacionada a queixas intestinais ou urinárias e secreção vaginal anormal. O tratamento envolve quimio, radioterapia e cirurgia

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O câncer de boca é uma doença que envolve a presença de tumores malignos nos lábios, gengiva, céu da boca, língua, bochechas e ossos. É mais comum em homens com mais de 40 anos e tem como sintomas feridas na cavidade oral, manchas na língua e nódulos no pescoço, por exemplo. O tratamento envolve cirurgia, quimio e radioterapia

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Dieta de pacientes com câncer

Vissotto afirma que a alimentação de cada paciente deve ser avaliada individualmente, levando em consideração a presença de outras doenças e a qualidade de vida, mas, no geral, eles não são orientados a cortar o açúcar da dieta.

Quando passamos longos períodos sem ingerir a substância, o corpo age transformando proteína e gordura em glicose, em um mecanismo de escape para viabilizar a vida do cérebro em momentos em que o corpo humano não tem acesso a carboidratos.

“A ideia de que uma dieta completamente sem carboidratos vai curar alguma doença não é real por conta desse mecanismo”, explica Fernandes.

Como demonstrou o médico alemão na década de 1920, as células tumorais só se beneficiam de uma quantidade exagerada de glicose. A recomendação é manter as taxas da substância balanceadas para evitar o crescimento de cânceres já estabelecidos.

Idealmente, deve-se seguir as mesmas recomendações feitas para evitar outras doenças, adotando uma dieta mais próxima do natural possível, com abundância de frutas e vegetais. Nesse sentido, também é indicada a redução do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, evitando o excesso de embutidos, como bacon, salsicha, álcool e outros.

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