Já acorda cansado? Você pode sofrer de distúrbio de sono sem saber
Cientistas acreditam que a hipersonia idiopática, distúrbio do sono que leva a cochilos fora de hora, é mais comum do que se pensava antes
atualizado
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Um estudo publicado na revista Neurology, nesta quarta-feira (13/12), sugere que sofrer de hipersonia idiopática pode ser mais comum do que se acreditava.
Até aqui a hipersonia idiopática vinha sendo considerada como um distúrbio de sono raro. A característica principal da condição é a sonolência excessiva ainda que a pessoa tenha passado por uma boa noite de descanso. Não é raro que indivíduos com hipersonia idiopática tirem cochilos em meio a conversas com outras pessoas ou em ocasiões sociais.
O transtorno é mais comum em homens e, além do sono diurno e da sensação de sempre estar cansado, o indivíduo também pode ter grande dificuldade para despertar ou fazê-lo em meio a um estado de torpor e de confusão mental, demorando a dar conta de si e do que precisa fazer ao sair da cama.
O autor da pesquisa, David T. Plante, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos afirmou: “Examinamos dados de um grande estudo do sono e descobrimos que esta condição é muito mais comum do que as estimativas anteriores davam conta e tão prevalente quanto algumas outras condições neurológicas e psiquiátricas comuns, como epilepsia, transtorno bipolar e esquizofrenia”.
Um estudo feito pela Universidade de Stanford e publicado nesta quarta-feira (13/12) na revista Neurology indicou que a condição pode afetar cerca de 1,5% da população. A pesquisa foi feita comparando exames de sono de 792 voluntários.
Anteriormente considerada rara, a ciência agora considera que a condição pode afetar mais de 100 milhões de pessoas no mundo.
Pouco conhecido pela ciência, este distúrbio parece ser causado por uma disfunção do sistema nervoso central. Ele mantém uma sonolência diurna excessiva, a sensação constante de sono por horas, mesmo que o corpo tenha atingido os níveis necessários de descanso.
Em geral, os pacientes com hipersonia idiopática têm dificuldade para acordar e, quando acordam, experimentam um período de inércia do sono caracterizado por sonolência, diminuição da cognição e comprometimento motor.
A hipersonia idioática é semelhante à da narcolepsia, mas menos intensa já que os atingidos por ela não adormecem repentinamente. O tratamento das duas doenças é o mesmo, feito com remédios que regulam as transações químicas do cérebro.
Qualidade de vida prejudicada
Segundo o pesquisador, o problema costuma ser subnotificado porque os exames para detectar a doença são sofisticados. O prejuízo é que muitas pessoas podem viver com a qualidade de vida prejudicada apesar a condição ter tratamento.
O ideal é que tanto o diagnóstico quanto o tratamento da hipersonia sejam conduzidos por um médico neurologista especializado em distúrbios do sono. O controle do problema geralmente é feito com medicamentos de ação estimulante, antidepressivos e mudanças no estilo de vida.
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