“A dor atrapalhava até o meu sono”, diz professor com epicondilite
A epicondilite lateral, também conhecida como “cotovelo de tenista”, é um problema de saúde muito comum entre professores
atualizado
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Apesar de ser conhecida como “cotovelo de tenista”, a epicondilite lateral é uma doença bastante comum entre professores. Macário dos Santos Neto, de 53 anos, chegou a ficar afastado da sala de aula por 90 dias por causa da inflamação. Ele leciona matemática no Centro de Ensino Médio 01 do Gama, no Distrito Federal.
A epicondilite lateral consiste em uma inflamação nos tendões do antebraço ligados à parte externa do cotovelo. A doença é causada por movimentos repetitivos como digitar, desenhar ou escrever excessivamente.
O ortopedista Leandro Gervazoni, do Hospital Santa Marta, em Brasília, conta que a epicondilite lateral é uma das principais reclamações ouvidas nos consultórios de ortopedia. “Existe relação da doença com algumas profissões, professor é uma delas. O esforço repetitivo de escrever no quadro o dia inteiro leva ao problema”, explica.
No caso de Macário, o sofrimento começou após 15 anos de sala de aula. “Durante as crises, as dores eram tão intensas que atrapalhavam o meu sono”, detalha o morador do DF. Tarefas cotidianas, como digitar trabalhos no computador ou dirigir, eram extremamente penosas para ele.
O professor de matemática reconhece que negligenciou o problema no início. No entanto, com o passar do tempo, o braço dele ficou tão inchado e os movimentos eram tão restritos que foi necessário buscar ajuda médica.
Tratamento
O primeiro caminho para tratar a epicondilite lateral são os anti-inflamatórios. Mas, no caso do educador, os medicamentos perderam o efeito e ele precisou também de infiltrações.
A dor, no entanto, continuou afetando a qualidade de vida de Macário. Os médicos decidiram, então, submetê-lo a uma cirurgia. Entre o início dos sintomas e a operação, ele conta que precisou ser afastado da sala de aula mais de uma vez e que, no total, ficou 90 dias sem exercer sua profissão.
Prevenção
Para evitar a epicondilite, de maneira geral, é importante melhorar a postura e fortalecer a musculatura. Enquanto se usa o computador, por exemplo, o antebraço deve estar apoiado na mesa, também devem ser feitas pausas periódicas e os alongamentos.
O ortopedista destaca que a doença passa a ser um problema quando começa a afetar a vida do paciente. “Quando dificulta, por exemplo, pegar uma bolsa no chão ou levantar uma garrafa d’água”, diz Gervazoni.
O tratamento inclui repouso, suspensão ou restrição das atividades e analgésicos para alívio da dor. O paciente também pode fazer fisioterapia, assim como infiltrações, terapia por ondas de choque (TOC) e, em último caso, tentar o procedimento cirúrgico.
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