“A curva não está diminuindo”, alerta OMS sobre o coronavírus no Brasil
O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, chamou atenção para transmissão comunitária e pressão nos hospitais brasileiros
atualizado
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) voltou a demonstrar preocupação com a situação da epidemia do novo coronavírus no Brasil. Na manhã desta segunda-feira (10/8), em entrevista coletiva, o diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, afirmou que o país “está sustentando um nível muito alto de epidemia. A curva achatou um pouco, mas não está diminuindo”, disse.
Ryan destacou que o grande número de casos está relacionado à transmissão comunitária contínua e avaliou que a curva de casos se estabilizou em um patamar muito alto. “Mesmo que o número de casos esteja crescendo na casa dos 10% por semana, quando você olha para os números de base, isso é muito”.
O especialista também chamou atenção para a pressão nos hospitais, onde os leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) atuam no limite. “A ocupação das UTIs em muitos lugares agora ultrapassa 80%. Em outros, 90%”, pontuou.
“O Brasil continua a ter entre 50 mil e 60 mil novos casos por dia. As UTIs ainda estão dando conta – e, de novo, é um crédito tremendo aos profissionais de saúde do Brasil. Eles estão nisso há meses”, disse Ryan. “Qualquer pessoa que trabalhe em UTIs e em uma situação de doenças infecciosas reconhece a pressão e o estresse sobre essas pessoas e suas famílias. Sustentar isso por meses é uma tarefa quase impossível”, reconheceu.