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4ª onda: reinfecção do coronavírus pode aumentar risco de Covid longa?

Pacientes com a síndrome pós-Covid podem sofrer de fadiga, falta de ar, dores musculares, dores articulares, perda de olfato e paladar

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1 de 1 Foto colorida - mulher com mão na testa - Foto: Getty Images

A entrada de novas variantes do coronavírus no Brasil e o relaxamento das medidas de proteção, associados à queda da imunidade conferida pelas vacinas, impulsionam a quarta onda da Covid-19 no país. No momento em que o vírus volta a circular com maior intensidade, aumentam também as chances de reinfecção — o número alto de pacientes diagnosticados mostra que muitas pessoas estão sendo contaminadas novamente.

Os mais de dois anos de pandemia mostraram que, além das complicações da doença, os pacientes podem sofrer por meses com as sequelas da síndrome pós-Covid, chamada de Covid longa. A boa notícia é que não existe uma relação conhecida entre a reinfecção e o aumento do risco de sofrer com os sintomas da condição a longo prazo.

“Para quem é reinfectado, o risco de ter Covid longa é menor, mas isso não significa que ele seja isento”, pondera a infectologista Ana Helena Germoglio.

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa

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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns

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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%

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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade

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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar

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A comunidade científica observa como a Ômicron e suas subvariantes interferem no processo: por ser responsável pela maioria dos casos no Brasil e ser relativamente diferente da cepa original do coronavírus, ainda não se sabe exatamente qual é a relação da variante com a Covid longa.

Até o momento, a cepa tem causado casos mais brandos da infecção, e os pesquisadores observam que há uma estabilidade na quantidade de pacientes com sintomas prolongados da doença em relação às ondas passadas. Uma das explicações é que a Covid longa é mais frequente em pessoas que desenvolvem a forma grave da doença.

“Temos menos pacientes com formas graves agora devido à vacinação. Como essas variantes são menos letais, vemos menos quadros de Covid longa”, explica a infectologista.

Pesquisadores do King’s College London, no Reino Unido, descobriram que duas doses da vacina contra o coronavírus diminuem o risco de Covid longa pela metade. Espera-se que, com o avanço da vacinação e a diminuição de pacientes com casos graves, a incidência da Covid persistente também caia.

Sintomas

Para aqueles que desenvolvem a condição, os sintomas podem incluir fadiga, falta de ar, dores musculares, dores articulares, perda de olfato e paladar e confusão mental, por exemplo.

A duração deles é uma área de interesse da pesquisa pós-Covid. Alguns pacientes sentem os reflexos da doença por semanas, meses e até mesmo anos.

De acordo com o médico intensivista do Hospital Brasília Rodrigo Biondi, algumas pessoas podem desenvolver sequelas por tempo indeterminado. Novos estudos serão necessários para entender melhor a condição.

“Algumas manifestações respiratórias podem ficar pra sempre, com sequelas perenes, como a fibrose pulmonar, por exemplo”, afirma o médico.

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