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4ª onda: por que o coronavírus ainda não foi controlado?

Mutações deram vantagem ao vírus, o que voltou a impulsionar o crescimento de diagnósticos diários

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Ilustração colorida de uma pessoa mexendo numa placa de petri com representações do coronavírus - Metrópoles
1 de 1 Ilustração colorida de uma pessoa mexendo numa placa de petri com representações do coronavírus - Metrópoles - Foto: Gettyimages

Depois de uma fase na qual a pandemia da Covid-19 parecia estar sendo controlada, o Brasil voltou a registrar um aumento significativo no número de infecções pelo coronavírus. A média móvel dos últimos 7 dias foi de 53.492 novos diagnósticos.

No atual momento, que alguns especialistas vêm chamando de 4ª onda, a vacinação têm conseguido evitar colapsos no sistema de saúde e reduzir a letalidade da doença. No entanto, a circulação do vírus está alta, ameaçando os grupos mais vulneráveis.

Esta realidade não é restrita ao Brasil. O México, por exemplo, registrou na quinta-feira (23/6), o maior número de casos em um único dia desde fevereiro. Aqui como lá, a maioria das infecções é provocada pelas sublinhagens BA.4 e BA.5 da variante Ômicron.

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Em relação à virulência da cepa, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo. Contudo, ainda que menos grave, o fato de a variante se espalhar mais rápido tem sobrecarregado os sistemas de saúde
Por isso, saber identificar os principais sintomas da doença é necessário para assegurar sua saúde e de quem você ama
<strong>Febre, dor constante na cabeça e garganta, calafrios, tosse, dificuldade para respirar e elevação na frequência cardíaca</strong> em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas pela Ômicron
Além desses sintomas, é importante desconfiar da infecção por Covid-19 se apresentar <strong>fadiga</strong> -- apontado em estudos como um sinal precoce da infecção pela variante Ômicron e que tem sido confundido com outras condições
<strong>Dores musculares</strong> por todo o corpo também é comum. É um sinal de que o organismo está tentando combater o vírus
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Com cerca de 50 mutações e presente em mais de 140 países, a Ômicron é considerada a variante mais infecciosa e tem sido a responsável pela terceira onda da Covid no mundo

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Em relação à virulência da cepa, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta, por exemplo. Contudo, ainda que menos grave, o fato de a variante se espalhar mais rápido tem sobrecarregado os sistemas de saúde

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Por isso, saber identificar os principais sintomas da doença é necessário para assegurar sua saúde e de quem você ama

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Febre, dor constante na cabeça e garganta, calafrios, tosse, dificuldade para respirar e elevação na frequência cardíaca em crianças são alguns dos sintomas identificados por pesquisadores em pessoas infectadas pela Ômicron

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Além desses sintomas, é importante desconfiar da infecção por Covid-19 se apresentar fadiga -- apontado em estudos como um sinal precoce da infecção pela variante Ômicron e que tem sido confundido com outras condições

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Dores musculares por todo o corpo também é comum. É um sinal de que o organismo está tentando combater o vírus

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Perda do apetite pode aparecer. Estudos apontam que este é um sintoma recorrente entre os pacientes infectados pelas variantes Delta e Ômicron

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Dor abdominal, diarreia, náusea ou vômito são outros sintomas que podem surgir.

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Após dois anos de pandemia, com vacinas disponíveis e conhecimento sobre como se dá a transmissão da Covid-19, por que o coronavírus ainda não foi controlado?

Escape na imunidade

O pesquisador Julio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), explica que a Ômicron apresenta um potencial maior de escape da resposta imunológica, o que deixou a esperada imunidade de rebanho mais distante.

“O vírus se mostrou eficiente em conseguir desenvolver um escape para a resposta imune desenvolvida pelas vacinas ou pelas infecções anteriores. Esse é um dos motivos para o crescimento de casos. Vamos ter que nos adaptar a essa realidade. Esse vírus vai permanecer circulando, assim como ocorre com o da influenza”, afirma o pesquisador.

Desigualdade na vacinação

Há uma clara desigualdade na oferta de vacinas ao redor do mundo. Um estudo feito por pesquisadores do Imperial College London mostrou que a vacinação entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021 evitou 19,8 milhões de mortes.

No entanto, as taxas de imunização são maiores em países de alta e média renda, que detêm maior poder econômico para a compra de doses. Enquanto isso, países de baixa renda seguem com coberturas vacinais reduzidas, dando margem para que o vírus circule com mais intensidade e sofra mutações.

Eficácia dos imunizantes

Os imunizantes desenvolvidos para proteger a população foram criados a partir da proteína spike, usada pelo vírus para invadir as células do corpo humano e se multiplicar. Porém, exatamente esta proteína abriga a maioria das mutações que permitem ao coronavírus se esquivar do sistema imunológico e seguir infectando as pessoas.

A expectativa da comunidade científica é que tenhamos vacinas mais compatíveis com a variente Ômicron em breve. O protocolo atual tem sido suficiente para evitar quadros graves e óbitos, mas ainda não há vacinas capazes de garantir proteção total contra a infecção.

“Vimos que a Ômicron não poupou vacinados, mas a imunização evitou desfechos graves. Ainda assim, precisamos desenvolver outras vacinas. A forma leve da doença sobrecarrega o serviço de saúde, pode causar Covid longa e aumenta as chances de transmissão para pessoas vulneráveis”, explicou o médico Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em entrevista ao Metrópoles.

O infectologista Julio Croda concorda: “Temos vacinas extremamente boas, mas esse vírus lembra o influenza, para o qual também temos vacinas boas, mas precisamos repetir a dose anualmente”, afirma Julio Croda.

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