4ª onda de Covid: devo me preocupar com o crescimento de casos?
O crescimento de diagnósticos de Covid-19 nas duas últimas semanas indica o início de uma quarta onda da doença no Brasil
atualizado
Compartilhar notícia
O crescimento de diagnósticos de Covid-19 nas duas últimas semanas indica o início de uma quarta onda da doença no Brasil, afirmam os especialistas.
Três fatores explicam porque os casos estão aumentando: 1) a flexibilização das medidas de proteção, que geraram maiores oportunidades de contágio; 2) a queda nas temperaturas, que favorece a transmissão de doenças respiratórias e 3) a entrada de variantes mais transmissíveis no país, que escapam da proteção conferida pelas vacinas.
“Era uma realidade que já esperávamos para o inverno. A coisa mais importante para se proteger é se vacinar, caso a pessoa não tenha tomado todas as vacinas ofertadas contra a Covid”, afirma o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O especialista afirma que a nova onda terá características bem diferentes das anteriores, que levaram à sobrecarga do sistema de saúde e provocaram milhares de mortes. “O impacto será bem menor, pois o esquema vacinal completo confere proteção contra os casos mais graves”, afirma Croda. Ele recomenda que os grupos mais vulneráveis – idosos e pessoas imunocomprometidas – mantenham o uso de máscaras.
Importância da testagem
A epidemiologista Lígia Kerr, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), acredita que o crescimento da positividade para Covid nos exames já permite que se fale em uma quarta onda. “Os diagnósticos estão crescendo entre pessoas de 18 a 40 anos, justamente uma faixa etária em que falta concluir o reforço vacinal“, afirma.
A médica também é enfática ao recomendar a imunização e sugere que as pessoas voltem a usar máscaras de boa qualidade. “No transporte público, em ambientes de pouca circulação de ar ou em locais de aglomeração, é importante voltar a usar máscaras para diminuir o risco de transmissão”, sugere Kerr, lembrando que qualquer máscara é melhor que nenhuma, mas que PFF2, também chamada de N95, é a melhor.
A especialista destaca ainda a importância da testagem para que os governos locais consigam tomar decisões que protejam a população. “O autoteste tem a vantagem de permitir que as pessoas se isolem rapidamente em caso positivo. No entanto, essa informação precisa chegar para as autoridades de saúde, caso contrário, não será possível monitorar a pandemia”, afirma Lígia Kerr.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.