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4ª dose: o que se sabe sobre necessidade de novo reforço contra Covid

As autoridades sanitárias, por enquanto, defendem que a 4ª dose seja aplicada apenas em pessoas que tenham resposta imunológica mais fraca

atualizado

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1 de 1 vacinação - Foto: Gustavo Alcântara/Metrópoles

À medida em que os meses passam e mais pessoas são vacinadas contra a Covid-19, os cientistas conseguem reunir novas informações para montar o quebra-cabeças sobre como se constrói a  imunidade contra o coronavírus.

Estudos mostram que a quarta dose da vacina, ou segundo reforço, aumenta significativamente a proteção contra a doença em idosos ou pessoas com condições pré-existentes que atrapalham a resposta imunológica. No entanto, ainda não há evidências que apoiem a aplicação para toda a população.

No Brasil, o Ministério da Saúde indica o segundo reforço apenas para idosos e pessoas com 12 anos ou mais com condições ou doenças que comprometem o sistema imunológico, como, por exemplo, os transplantados, as pessoas que vivem com HIV, em tratamento para câncer ou que usam medicamentos imunossupressores.

Para essas pessoas, o reforço deve ser aplicado no intervalo de quatro meses após a terceira dose (primeiro reforço).

“A proteção oferecida pela vacina diminui com o tempo e, a partir do momento que temos outras variantes – como é o caso da Ômicron – precisamos recuperar essa proteção. Isso se faz por meio da segunda dose de reforço”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha.

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Em dezembro de 2021, Israel tornou-se o primeiro país a anunciar a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 no mundo. Segundo o governo, o reforço ajudaria a nação a superar uma potencial onda de infecções pela variante Ômicron
No início de 2022, o país começou a oferecer a quarta dose da vacina Pfizer/BioNtech para pessoas com mais de 60 anos e profissionais da saúde
Segundo estudo realizado em Israel, a quarta injeção em pessoas com mais de 60 anos as tornou três vezes mais resistentes ao coronavírus
O Chile e a Turquia também iniciaram a aplicação da segunda dose de reforço na população acima dos 60 anos
Os ministros da Saúde da União Europeia foram orientados, em janeiro deste ano, a se prepararem para distribuir a quarta dose do imunizante assim que os dados mostrarem que ela é necessária
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Inicialmente, apenas a população de imunocomprometidos poderia receber a segunda dose de reforço contra a Covid-19 no Brasil

Reprodução/Agência Brasil
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Em dezembro de 2021, Israel tornou-se o primeiro país a anunciar a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 no mundo. Segundo o governo, o reforço ajudaria a nação a superar uma potencial onda de infecções pela variante Ômicron

Agência Brasil
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No início de 2022, o país começou a oferecer a quarta dose da vacina Pfizer/BioNtech para pessoas com mais de 60 anos e profissionais da saúde

Agência Brasil
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Segundo estudo realizado em Israel, a quarta injeção em pessoas com mais de 60 anos as tornou três vezes mais resistentes ao coronavírus

Agência Brasil
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O Chile e a Turquia também iniciaram a aplicação da segunda dose de reforço na população acima dos 60 anos

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Os ministros da Saúde da União Europeia foram orientados, em janeiro deste ano, a se prepararem para distribuir a quarta dose do imunizante assim que os dados mostrarem que ela é necessária

Agência Brasil
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No Brasil, nota técnica do Ministério da Saúde, emitida em dezembro de 2021, recomendou que, a partir de quatro meses, a dose fosse aplicada em todos os indivíduos imunocomprometidos, acima de 18 anos de idade, que receberam três doses no esquema primário

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Em 20 de junho, a recomendação abrangia toda a população com 40 anos ou mais

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Em Volta Redonda (RJ) e Botucatu (SP), as prefeituras ampliaram a quarta dose para idosos acima dos 70 anos, pois todos os óbitos registrados nas cidades ocorreram nessa faixa etária

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Desde então não houve redução da faixa etária

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Estados como Amazonas, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo diminuíram a faixa etária por conta própria e hoje vacinam todos os adultos com 18 anos ou mais

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Em maio, o Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação do segundo reforço nos idosos com 60 anos ou mais

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Uma pesquisa encomendada pelo governo do Reino Unido, publicada esta semana na revista científica Lancet Infectious Diseases, trouxe evidências de que a quarta dose das vacinas de mRNA – Pfizer/BioNTech e Moderna – é benéfica para o grupo com idades entre 50 e 80 anos. Os imunizantes aumentaram em 2,2 vezes os anticorpos e em até sete vezes a quantidade de células T dos vacinados.

Outro estudo, realizado em Israel, mostrou que os idosos que receberam o segundo reforço com a vacina Pfizer/BioNTech tiveram uma taxa de mortalidade pela doença 78% menor do que aqueles que receberam apenas um.

Pessoas mais jovens devem ser vacinadas?

As agências de saúde da União Europeia afirmaram, em uma declaração conjunta de abril, que não há evidências de que a proteção vacinal contra quadros graves de Covid esteja diminuindo significativamente em adultos com sistema imunológico normal.

Por esse motivo, de acordo com as autoridades sanitárias, a aplicação da uma nova dose não se justificaria. O posicionamento pode mudar, entretanto, se a situação epidemiológica mudar.

A limitação de doses para populações de todo o mundo, especialmente nos países de baixa e média renda, onde os índices de vacinação continuam muito aquém dos países ricos, é um dos motivos usados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para recomendar apenas o esquema primário para toda a população, ou seja, as duas doses indicadas em bula mais o primeiro reforço.

A OMS espera atingir a meta de imunizar 70% de todo o mundo até o fim do primeiro semestre.

“A prioridade global é alcançar a proteção total dos grupos de prioridade mais alta em todos os países com séries primárias e uma dose de reforço e avançar para grupos de uso de prioridade mais baixa à medida que a oferta e a capacidade do programa avançam”, informou a OMS em nota.

A OMS afirma que o uso extensivo de múltiplas doses de reforço em um pequeno número de países não encerrará a pandemia e nem evitará o surgimento de novas variantes.

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