Dezembrite? Veja 4 dicas para controlar ansiedade de fim de ano
Psicólogos e psicanalista revelam como manter o conforto emocional no período do fim de ano e como driblar a ansiedade
atualizado
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O Natal e o Ano-Novo podem ser épocas desafiadoras para a saúde mental de quem se sente cobrado pelas confraternizações e encontros familiares. A ansiedade no período é tão comum que tem até nome: dezembrite ou síndrome do fim de ano.
Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Universidade de São Paulo (USP) mostram que a quantidade de pessoas que sofrem crises de ansiedade aumenta entre 15% e 30% no final do ano. Entretanto, é possível minimizar o impacto com dicas de autocuidado.
Segundo a psicóloga Monica Machado, fundadora da Clínica Ame.C, existe uma série de fatores que explica a ansiedade de fim de ano. “É um período em que somos submetidos a inúmeros balanços e avaliações, algo que pode gerar um extremo desconforto para pessoas cujas pressões e expectativas são muito elevadas e não sabem lidar com frustrações”, explica.
“A dezembrite é essa sensação de incompletude potencializada pelo fim de ano e que dá forças para transtornos de ansiedade e depressão, principalmente por conta da pressão de manter o alto-astral e a felicidade nas festas”, diz o psicólogo Lucas Freire, de São Paulo.
A psicanalista Andréa Ladislau, do Rio de Janeiro, aconselha a aceitar a reflexão e melancolia do período, mas sem se deixar aprisionar pelo sentimento. “Vale a pena encarar também pela perspectiva de que a reflexão ajuda a construir novos degraus na sua jornada e abre o olhar para o processo de renovação pessoal. O hábito de agradecer traz bem-estar e aumenta a autoestima”, resume.
Os terapeutas ressaltam que o ideal é tentar identificar os gatilhos que despertam as sensações incômodas do fim de ano e mitigar os sintomas buscando manter o conforto emocional. Veja as dicas:
Distraia a mente
Para quem sofre com crises de ansiedade, os especialistas sugerem tentar buscar atividades relaxantes. A leitura, jogar jogos desafiadores e outras atividades que estimulam o raciocínio e o prazer simultaneamente conseguem aumentar as conexões neurais, melhorando as funções cognitivas e diminuindo os níveis de cortisol (o “hormônio do estresse”).
“Escolha livros que realmente despertem seu interesse. Uma vez envolvida na história, a pessoa se desliga do mundo externo e, consequentemente, dos agentes estressores”, diz a psiquiatra Danielle Admoni.
Durma em boa companhia
Pessoas com companhia para dividir a cama têm alguns fatores potencializadores da ansiedade reduzidos, como a insônia e o estresse. A sensação de segurança de estar ao lado de alguém que se ama para descansar pode também agir na diminuição dos níveis de cortisol.
“Além disso, a troca de afeto pode levar à liberação de hormônios vinculados ao prazer, como a ocitocina, que também estabilizam as emoções”, completa a sexóloga clínica e educacional Bárbara Bastos.
Seja solidário
O Natal está associado à prática de caridade e trabalho voluntário e isso pode mitigar as crises de ansiedade. “Quando você percebe que suas atitudes realmente fizeram a diferença na vida de alguém, a dopamina promove uma sensação de euforia tão intensa que os pesquisadores a chamam de ‘o barato da generosidade’”, explica Monica.
Cuide da alimentação
Os nutrientes são importantes para o controle das crises emocionais e de ansiedade. Alimentos inflamatórios, como os muito gordurosos ou açúcarados, podem prejudicar o equlíbrio químico do sistema nervoso.
Na hora de planejar a alimentação, é preciso ter cuidado especial com a vitamina B6, já que sua ausência pode comprometer a síntese das vitaminas pelo organismo. A B6 é encontrada especialmente em alimentos como carne, leite, ovos, abacate, soja, aveia, tomate e nozes.
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