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32% dos brasileiros acham que câncer é causado por trauma psicológico

Realizado pelo IBOPE Inteligência, estudo encomendado pelo Instituto Oncoguia alerta ainda que 62% da população não vê relação com obesidade

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1 de 1 cancer-de-mama1 - Foto: Kritchanut, Istock

Divulgado durante o IX Fórum Nacional Oncoguia, que acontece em Brasília nesta quarta e quinta-feira (16/04/19 e 17/04/19), um estudo realizado pelo IBOPE Inteligência e encomendado pelo Instituto Oncoguia afirma que 32% dos 2 mil entrevistados de diversas faixas etárias, regiões e rendas familiares acredita que o câncer é decorrente de traumas psicológicos. Não há nenhuma pesquisa que relacione esses traumas à doença.

A pesquisa também mostrou que 62% dos entrevistados não associa a doença à obesidade, uma condição que comprovadamente torna o paciente predisposto à neoplasia, e 8%, não o relaciona o desenvolvimento da doença ao tabagismo, um hábito cancerígeno.

Apesar de 100% dos entrevistados conhecerem ou já terem ouvido falar na doença, ainda há uma percepção muito negativa do câncer e pouca informação sobre os avanços da medicina na área. Um terço (32%) dos que responderam a pesquisa afirmaram acreditar que o câncer é uma “sentença de morte” e receber um diagnóstico “significa sofrer e ter muita dor”. Entre os respondentes, 7% disseram que não falam a palavra “câncer” por medo.

De acordo com Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, o câncer ainda não é prioridade no país e é preciso mudar a forma como a população enxerga a doença. “Precisamos mudar esses conceitos, essa forma de olhar para o câncer somente atrapalha a prevenção e o apoio a quem está enfrentando a doença”, afirma.

60 dias
Apesar de valer desde 2012, a lei dos 60 dias —  texto que obriga o SUS a iniciar o tratamento de câncer em no máximo dois meses depois do diagnóstico — é desconhecida pela população. Ainda de acordo com a pesquisa, 73% dos entrevistados não acreditam que é possível começar o tratamento no sistema público dentro deste prazo. Desses, 78% culpam a fila de espera, 46% a falta de vagas para cirurgia e 25% a falta de vagas para quimioterapia e radioterapia, por exemplo.

O Senado Federal deve votar, inclusive, uma adição à Lei dos 60 dias esta semana. A ideia é que o PLC dos 30 dias, como é conhecido, determine um mês como prazo máximo para a confirmação do diagnóstico de câncer. Os exames devem ser feitos dentro do prazo nos casos de suspeita da doença. Com isso, o paciente de câncer que procura o SUS deve, em 90 dias, ter o diagnóstico confirmado e o tratamento iniciado.

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