Marcha da Maconha lota a Av. Paulista e pede fim da guerra às drogas
Marcha da Maconha ocorreu pela 16ª vez; manifestantes levaram faixas contra a PEC das Drogas e contra a nova Lei do Aborto que pune mulheres
atualizado
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São Paulo – Milhares de pessoas foram à Marcha da Maconha, manifestação que pede a discriminalização da droga, na Avenida Paulista, na tarde desde domingo (16/6).
Esta é a 16ª edição da manifestação e, pela primeira vez ocorreu com a Paulista fechada para carros e aberta para pedestres. O protesto chegou a ser proibido por decisões de desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), mas em 2011 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o protesto pode ocorrer.
Na manifestação deste ano, o público pediu o fim da violência policial. O número de cidadãos mortos por policiais em serviço cresceu 116%, na comparação dos quatro primeiros meses deste ano com igual período de 2023, no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os manifestantes também levaram faixas em protesto contra pautas legislativas em discussão no Congresso nacional como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2023, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, que pretende criminalizar a posse de qualquer quantidade de entorpecentes ilícitos.
A PEC é resultado de uma disputa de poder entre o Senado e o STF, que pode voltar nesta semana a discutir se a posse de maconha é crime ou não.
O público presente também levou faixas contra outra legislação em discussão no Congresso, o Projeto de Lei 1.904/24, do deputado federal Sóstenes Cavalvante (PL-RJ) e outros, que proíbe a realização de abortos previstos em lei após 22 semanas de gestação e equipara o procedimento médico ao crime de homicídio.
Os manifestantes ocuparam pelo menos quatro quarteirões da Avenida Paulista, entre o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Rua da Consolação.
A Polícia Militar não informou nem a quantidade de público presente nem se houve registro de alguma ocorrência.