Mestre do Sabor: três perguntas para o chef Lui Veronese
Reconheço a importância de falar sobre gastronomia no horário nobre das TV’s abertas, e espero que o programa tenha várias temporadas
atualizado
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Aqui entre nós, não costumo assistir realities de competição de culinária semelhantes ao Master Chef, com muita gritaria, retratando as cozinhas profissionais como um ambiente de terror.
Mas, para torcer pelo Lui Veronese, assisti ao Mestre do Sabor, e confesso que gostei de várias coisas nele. Sem ofensas, com concorrentes de excelente nível, grande experiência e noção de culinária e oriundos de diversas partes do país.
No início estranhei os jurados (não conhecia nenhum de nome), culpa da minha vasta e interminável ignorância sobre o tudo. Com o passar do programa fui vendo que dominavam bem o riscado da cozinha.
A condução da apresentação pela dupla Claude Troisgros e Batista foi impecável, mesmo quando não conseguiram esconder que possuíam um candidato predileto.
Conclusão: reconheço a importância de falar sobre gastronomia no horário nobre das TV’s abertas, e espero que para todas estes realities venham novas temporadas, mas tenho que dizer que ainda não fui conquistado definitivamente. E olhem que eu sou facinho.
Com apenas 31 anos de idade, Lui já rodou o mundo trabalhando em restaurantes importantes. Agora foi um dos quatro finalistas do programa Mestre do Sabor, da Rede Globo, comandado pelo chef Claude Troisgros com o auxílio do chef Batista. Bati um papo com ele. Confira:
Qual a sua avaliação do programa Mestre do Sabor?
Achei o programa belíssimo, megaimportante. Uma atração que valoriza a gastronomia brasileira e os nossos produtos. Ele é diferente de outros, apresenta algo que o Brasil está carente. O brasileiro tem uma característica muito triste: dá valor primeiro ao produto que vem de fora e depois para o que é nosso. Aí aparece um programa que une ingredientes do norte, do sul, do cerrado, da Mata Atlântica, da Amazônia e, isto tudo é muito rico e mostra ao brasileiros a nossa diversidade que muita gente não conhece.
O brasileiro vê o uso destes ingredientes de uma forma bonita na televisão. Os elementos são bem utilizados, bem aproveitados, bem cozidos, e isto encanta e cria um interesse em explorar melhor nossas próprias culturas gastronômicas. Valorizando itens de pequenos produtores e a agricultura familiar. Um incentivo muito positivo!
Esta exposição do trabalho do chef valoriza a profissão?
Sim. Ressalta o nosso trabalho e mostra quão criativa e desafiadora pode ser a nossa profissão. Um programa sem aquele apelo à violência e à agressão. Fiquei muito contente de ter feito parte desse projeto.
Quais são os seus planos para 2020? Vem aí o restaurante próprio?
Sempre quis ter o meu próprio restaurante. Estou esperando uma boa oportunidade que seja compatível com meus anseios e sonhos. Ainda não chegou, mas vamos ver como desenrola com o final deste programa. Fico ansioso e empolgado para ver o que 2020 reserva. Me sinto como uma página em branco, pronta para ser escrita e a caneta está cheia de tinta.