Japonês Nazô aposta em esteira de sushis e manda bem em opções quentes
Com três unidades em Brasília, no Sudoeste, Asa Norte e Asa Sul, o restaurante oferece serviços a la carte e rodízio
atualizado
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Lembro-me bem de quando estive num restaurante japonês com sistema de esteira, no qual os pratos são dispostos no equipamento e o cliente pode escolher aquilo que quer pegar, conforme vai passando em sua frente. Foi em 2014, em Miami, e eu fiquei bastante surpresa e satisfeita com a experiência. Os sushis e sashimis eram bem inventivos, com lagosta, avocado, e todos muito frescos.
No mesmo ano, vi nascer em Brasília a segunda unidade do Nazô, no Sudoeste, com proposta parecida. Enquanto nos Estado Unidos paguei por cada prato retirado da esteira, por aqui, a experiência estava incluída no valor do rodízio. Nesta semana, voltei à casa para experimentar novamente, dessa vez, na terceira unidade da rede, inaugurada em 2021, na “esquina” da 403 Sul.
O espaço é bonito, bem montado, de bastante bom gosto. A esteira está disponível apenas para algumas mesas, claro, as mais cobiçadas pelos clientes. Na verdade, eu nem consigo imaginar como seria disponibilizá-la para todo o salão. Arquitetos, designers de experiência, ajudem a tia aqui (risos!).
O sistema continua o mesmo. Paga-se o valor do rodízio e isso dá ao cliente o direito de ir pegando os pratos que vão passando e também o de comandar pedidos aos garçons a partir do menu que é entregue à mesa. O valor por pessoa varia por horário e dia da semana. No almoço, sai a 109,90, de segunda a sexta; e R$ 119,90, para fins de semana e feriados. À noite, é sempre R$ 119,90. Para incentivar a frequência, tem promoção para quem vai acompanhado por mais uma pessoa, a R$ 204,90, no almoço de segunda a sexta, e R$ 229,90, no jantar de segunda a quarta, exceto em feriados e datas comemorativas.
Vale a pena?
Antes de discorrer sobre a qualidade da casa, tenho a dizer que eu sou muito chata e crítica em relação à comida japonesa, por uma questão de respeito à cultura nipônica, mas também pelo dinheiro que se investe numa refeição do tipo, geralmente mais salgado por conta dos insumos usados nos preparos. Dito isso, vamos lá.
Assim como várias casas de sushi da cidade, o Nazô tem variedade de peixes limitada, resumida a salmão, atum, tilápia e anchova negra (esses dois últimos eu costumo passar). Camarões e lulas completam os insumos marítimos do menu. No entanto, todos os produtos que consumi me pareceram bastante frescos, o que é um ponto a favor da casa. Os cortes de sashimi, no entanto, me pareceram finos demais, o que compromete a percepção do sabor do peixe.
Outra coisa que sempre avalio em restaurantes japoneses é o arroz. Por mais que o peixe seja fresco e esteja cortado de forma excelente, não tem como um sushi ser bom se o shari não estiver à altura. O do Nazô ainda não é o mais delicado, aquele que desmancha suavemente quando colocado na boca, mas também não entala na garganta como o de certos bufês do gênero, que, aliás, eu nem frequento mais com medo de perder o fôlego. O sabor também está dentro dos padrões que, para mim, definem um bom arroz de sushi. Tem sabor levemente ácido e dulçor na medida correta.
Afora a parte fria, que conta com as combinações clássicas e algumas adições de limão siciliano e azeite trufado, o rodízio conta ainda com opções quentes. Provei o missoshiro, os guiozas e os cogumelos shimeji salteados em manteiga. Estavam bons. Nesta sessão, ainda é possível pedir rámen, yakisoba, robatas de carne, frango ou brócolis e aquelas friturinhas com lulas e camarões.
Também estão incluídas as sobremesas, dentre elas o trio de brigadeiros, a cestinha de morangos com calda e o mini rolinho primavera com doce de leite. Preferi a robata de abacaxi com canela. Pelo nome, achei que viria mais grelhada, todavia a fruta estava docinha e ajudou na digestão dos muitos itens provados.
Se você é daqueles que preferem comer menos, saiba que a casa também tem menu a la carte, com opções que vão de seleções com um pouquinho de cada coisa, a partir de R$ 119 para uma pessoa, ou os combinados, iniciando em R$ 52,90 com 20 peças. Há algumas opções não disponíveis no rodízio (R$ 39,90), como o sashimi de polvo e os temakis (a R$ 29,90 e R$ 34,90).
Respondendo a pergunta do intertítulo, creio que o Nazô valha a pena, apesar dos pontos apresentados neste texto e que podem ser melhorados. Está um pouco acima da média em relação a concorrentes que praticam a mesma proposta de atendimento (veja, não estou comparando a casa com serviços exclusivamente a la carte). Ah, a história da esteira é boa, especialmente se você chega com aquela fome e o desejo de saciá-la logo. Porém, tudo o que passa por ali está no menu do rodízio, então não se chateie caso não consiga sentar próximo ao aparato.
Serviço:
Nazô Sushi
CLS 403, bloco A
Telefone: (61) 99268-0735
Funciona de segunda a sexta, das 11h30 às 15h30 e das 18h às 23h30; sábados, das 11h30 às 23h30, e domingos, das 11h30 às 22h30
Instagram: @nazosushi
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