Italiano Trattoria Da Rosario aposta em pratos com pitada mediterrânea
Casa do chef napolitano Rosario Tessier completa 20 anos em 2022, servindo excelência das entradas ao menu executivo
atualizado
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Lembro-me bem de quando estive na Trattoria da Rosário pela primeira vez. Era o início da minha carreira como colunista de gastronomia e o restaurante acabara de receber o prêmio de melhor italiano de Brasília. O ambiente era pequenino, ali mesmo na QI 17 do Lago Sul, e logo ficou cheio de amigos para celebrarem com o chef napolitano Rosario Tessier a sua vitória. Um dos mais entusiasmados era o Jorge Ferreira, figura emblemática da gastronomia brasiliense (aliás, que saudade do Jorjão e de seus poemas).
A alegria não era para menos. O chef italiano inaugurara seu próprio negócio há pouco mais de um ano, depois de passar por casas como Partenopea, Trastevere e I Maestri, e já figurava entre os melhores da cidade. Depois desta, foram mais nove premiações vencidas, mesmo com a chegada de outras casas tarimbadas à capital federal. Mas o que levou a trattoria a alcançar tantas competições gastronômicas e a admiração do público, que lota o endereço todos os dias?
Responder a esta pergunta não tem muito mistério. A minha aposta é que a comida servida conversa com o que o público aprecia e, mais importante que isso, é elaborada com ingredientes muito bem selecionados. Eu mesma já vi o chef rejeitar itens de hortifruti porque não seguiam os seus padrões. Para ele não tem muita negociação: ou está bom ou devolve.
É por isso que, mesmo fazendo uma comida que parece simples, ele ganha tantos elogios. Para mim, os pratos que Rosario Tessier serve têm a sua alma, um quê só dele, sabe como? Tem padrão, mas não é sem graça nem meio plastificada. Por isso mesmo dá aquela vontade de guardar uma graninha para voltar sempre.
Outro motivo para a trajetória de sucesso é o fato do chef estar sempre no restaurante. Não tenho dúvidas de que isso dá muito mais credibilidade ao negócio
Menus executivos
Em tempos de orçamento apertado, uma boa pedida para conhecer a casa são os dois menus executivos, com entrada, prato principal e sobremesa. Vale ressaltar que ambos são válidos para almoço, jantar e, pasmem, inclusive fins de semana. Por R$ 89, o Gourmet pode vir com mini salada de folhas com molho de endívias e mel, tomate caqui e mozzarella de búfala; ou com a versão pequena do carpaccio com rúcula, grana padano e com o excelente pão do Apolônio, que recebe uma camada de manteiga, aromatizada com salsinha, alecrim, sálvia e hortelã. Duvido você não querer comer mais dele.
Para o principal, há várias opções. Na minha última visita, comi novamente o polpetone, que vem alto, recheado com queijo bel paese, da região da Lombardia, e presunto. Para acompanhar, o chef elegeu o espaguete ao pomodoro. Outras opções são o ravióli de carne ao molho de tomates, manjericão e orégano, finalizado com cubos de mozzarella de búfala fresca, e o espaguete alla amatriciana, com bacon puxado no alho e molho de tomate San Marzano. A refeição pode ser finalizada por porções reduzidas de tiramisù (devo dizer que o de lá é um dos melhores da cidade) ou pela pannacotta com coulis de frutas vermelhas.
Já o menu Da Rosario sai a R$ 129 e apresenta as mesmas sugestões de entrada e de sobremesa. A diferença está nos principais, um pouco mais elaborados e com ingredientes mais caros..Entre eles, estão disponíveis o linguine de bacalhau com alcaparras; o brasato de vitellone assado com vinho e ervas, acompanhado por fettuccine e molho da carne; e o peixe ao molho de ervas e azeite, servido com risoto de limão.
Tem mais
Para quem está com mais dinheiro no bolso, sugiro dar uma voltinha pelo menu principal da casa. Nas entradas, gosto do Antipasto Itália, composto por presunto de Parma, mortadela italiana, azeitonas e queijos bel paese e grana padano (R$ 99). Também é muito boa a versão grande de carpaccio com alcachofra e várias torradinhas (R$ 75) e a Insalata dello Golfo, com lulas, camarões grandes e mexilhões puxados no azeite, que vão sobre uma cama de folhas crocantes (R$ 99).
Nas massas, são destaques o Fettuccine Del Pescatore, com camarões, lulas e mexilhões (R$ 114) e o de Salsiccia, com cogumelos Porcini, Paris e linguiça caseira (R$ 89), assim como o nhoque Alla Mantovana, com creme de abóbora, gorgonzola e crocante de presunto de Parma (R$ 75).
Nos principais, há desde o tradicional Saltimboca alla Romana (R$ 104) ao peito de pato ao molho de pimenta verde, acompanhado por risoto de queijo (R$ 165) e o lombo de cordeito desossado ao molho de balsâmico, servido com risoto negro e cogumelos porcini (R$ 119). Vale ressaltar que vez ou outra há pratos fora do menu, de acordo com o que o chef encontra de bom no mercado. Se você for lá e te oferecerem o ossobuco, não demore a pedir, porque é muito bom.
Para a terminar a refeição, além do tiramisù e da pannacotta, gosto da tortinha de massa folhada recheada por creme de confeiteiro e maçãs carameladas (R$ 29). Tradicional na região do Vêneto, esta receita sofreu adaptações de Francesco Bruno, souschef da casa, e ficou bem leve e delicada. Recomendo!
Serviço:
Trattoria da Rosario
Comércio Local da QI 17, no Lago Sul
Telefone: (61) 3248-1672
Funciona de terça a sexta, das 12h às 15h e das 19h às 0h. Sábado, das 12h às 16h e das 19h às 0h. Domingo, das 12h às 17h. Fechado às segundas.
Instagram: @trattoriadarosariooficial
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