Conheça o lado regional da Casa Baco, comandada por Gil Guimarães
Restaurante entrega muito além de pizza com comida autoral, elaborada a partir de ingredientes simples e locais
atualizado
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A Baco é uma marca consolidada em Brasília. Fruto da paixão do chef Gil Guimarães pela pizza, as unidades da 408 Sul e da 309 Norte se tornaram referências também no Brasil por serem duas das certificadas com o selo da Associação da Pizza Vera Napoletana, que atesta a autenticidade da receita.
No entanto, quando o cozinheiro assumiu o compromisso de abrir mais um empreendimento, desta vez no CasaPark, a intenção era ir além, inserindo no menu pratos clássicos da cozinha italiana, como a lasanha, e criações autorais e afetivas, elaboradas a partir de ingredientes regionais. Basta lembrar que Gil é um dos participantes dos movimentos Panela Candanga e Cerrado no Prato e, não à toa, agregou o substantivo “casa” ao nome do empreendimento. Afinal, onde mais a gente se sente totalmente confortável?
A Casa Baco entrou em funcionamento no início de 2020 e teve pouco tempo para mostrar a que veio, antes de fechar as portas em cumprimento às regras sanitárias do período de isolamento social. Com a reabertura, o menu pode ser testado e reformulado até chegar à versão atual, mas sem perder a intenção inicial. Então, nesta coluna, eu vou focar nos sabores daqui e deixar os italianos para uma próxima edição, só porque eu acho que devemos, sim, ressaltar o que temos de bom, no Distrito Federal e um pouquinho além da fronteira com Goiás.
Nas entradas, por exemplo, tem o queijo artesanal elaborado pelo suíço Stephan Gaehwiler em Corumbá. Parecido com o brie, ele vai ao forno à lenha e é servido com geleia de buriti levemente picante e com o crocante de castanha de caju. Torradinhas com pão da casa acompanham o prato, que custa R$ 41.
Outro nome da gastronomia exaltado no menu é Claude Capdeville. Criador da Toca do Chopp, é ele quem assina a dupla de coxinha de galinha com linguiça, creme de milho com leve toque de catupiry e quiabo (R$ 22). Olha que a combinação ficou boa em sabor e cremosidade, viu? É capaz de você querer trocar toda a refeição só por elas. Gosto muito do picles que, pasmem, não é de pepino, mas de cebola roxa, maxixe e quiabo (R$ 24). Também chega à mesa com fatias de pão da casa.
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Nos principais, escolhi provar o Sinfonia Vegana (R$ 61) com canjiquinha de milho cozida em caldo de legumes e guarnecida por cogumelos defumados no forno à lenha, palmito pupunha, tomate, queijo de castanha de caju, acelga e tucupi. Taí um prato com várias, porém equilibradas, nuances de sabor. Então, fica a dica para quem não come proteína animal.
Para quem ama canjiquinha e prefere comer carne, a dica é o lombo suíno de sol, passado na parrilla. O prato é servido com compota de cajuzinho do Cerrado, molho de pé de porco e crocante de ora-pro-nóbis, por R$ 59.
O Arroz de Território (R$ 56) é outro prato imperdível. Antes elaborada com grãos parboilizados, a receita agora é feita na panela de ferro com arroz vermelho e cateto integral, o que confere um sabor mais acastanhado. Esta opção é acompanhada de ovo e linguiça caipira, cogumelos, carne de lata do Léo Hamu, pimenta de macaco e castanha de baru.
O ar regional também chega às sobremesas. A pamonha brûlée faz referência ao tradicional doce francês e traz o milho em creme com uma camada de açúcar maçaricada antes de chegar à mesa. É uma delicinha! Mas a sensação da casa tem sido a torta de chocolate, cujo principal ingrediente, com 42% de cacau e flor de sal, é produzido pela La Barr, marca de chocolates artesanais localizada em Águas Claras.
Se, assim como eu, você ama sabores regionais, fica o convite para conhecer a Casa Baco. Caso prefira pizzas, sanduíches e pratos italianos, também.
Serviço:
Casa Baco
Shopping Casa Park, térreo
Telefone: (61) 3879-9680
Funciona de segunda a sexta, das 12h às 15h30 e das 18h às 23h; sábado, das 12h à 0h; domingo, das 12h às 23h.
Instagram: @casa.baco
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