Chocolate: um guia em construção para comer até se esbaldar em Brasília
Descoberta pelos astecas, essa guloseima atravessa o tempo sendo uma das favoritas da humanidade. A dieta que lute diante de tanta gostosura
atualizado
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Hoje nem é o Dia Mundial do Chocolate, mas não tem importância. Para celebrar esta delícia descoberta pelos astecas e difundida na Europa pelos espanhóis, só é preciso um motivo: a vontade de comer.
Conheço pouca gente que não seja encantada pelo subproduto do cacau e devo confessar o meu vício por bombons, bolos, barras e até mesmo pela versão líquida da coisa. Chocolate me deixa feliz, acalma os dias de TPM e desperta memórias bastante afetivas, da infância, de viagens, de pessoas queridas.
Há quase vinte anos, em minhas andanças e comilanças por Brasília, venho colecionando receitas preferidas com este ingrediente. Já me lambuzei muito por aí! E como sei que, provavelmente, o título desta coluna já te deu água na boca, aqui vão algumas indicações para te fazer sair da dieta. Ela que lute bravamente contra o gatilho causado pelas próximas linhas deste texto.
Barras e bombons
Uma das primeiras a investir na produção de chocolate artesanal na cidade, a Stans tem como maestro o chocolatier suíço Xavier Odermatt. Ele chegou ao Planalto Central em 1973 para abrir a primeira confeitaria da cidade. Em 2005, inaugurou a própria marca, cujo nome faz referência à cidade natal. A única loja, na 407 Sul, reúne pelo menos 40 variedades de bombons, barras e outras delícias. Alguns são recheados com ingredientes regionais como jabuticaba e cupuaçu. É possível comprar presencialmente ou pedir pelo site www.stans.com.br ou WhatsApp (61) 99802-0199. Instagram: @stanschocolates.
Mais do que vender seus produtos premiados, a dupla formada por Adriana Labarrere e Leandro Alves fornecem os chocolates da La Barr para a Matteo Gelato e a Casa Baco. O sorvete e a torta elaboradas, respectivamente, por estas marcas causam vício imediato. Cuidado! As barras são desenvolvidas a partir de cacau orgânico cultivado por sistema agroflorestal no sul da Bahia. As sementes são submetidas a um processo rigoroso de fermentação e secagem, que garante um padrão de qualidade de excelência e dispensa o uso de conservantes ou aromatizantes. Minhas favoritas até o momento são as versões com 70% e 42% de cacau mais nibs e flor de sal. Ainda quero provar a que vem com cupuaçu desidratado, a de 55% com leite de cabra e ainda o creme de avelã, que dizem ser dos deuses. É possível saber mais sobre a marca no site www.labarrchocolate.com. Encomendadas via WhatsApp (61) 99195-9536. Instagram: @labarrchocolate.
O chef confeiteiro Gustavo Maragna é um apaixonado pelo doce e utiliza sementes de cacau do sul da Bahia, certificadas com Indicação Geográfica de Procedência, para desenvolver suas receitas na Rubato. As barras têm várias graduações de cacau e são mescladas a ingredientes do Cerrado como a baunilha, o baru e o cajuzinho. O menu traz ainda bombons, bombinhas e macarons. Ah, e o chocolate quente bem cremosinho. Antes da pandemia, na antiga sede, era até possível acompanhar o preparo dos produtos, mas agora a marca está em novo endereço, em espaço menor, na “esquina” do bloco D, da 102 Norte. Instagram: @rubatochocolatebar.
Embora tenha um nome pomposo e estrangeiro, a Kaebisch Schokoladen também nasceu no nosso quadradinho e há 14 anos roubou o meu estômago com os produtos, criados a partir de chocolate belga pela chef Anna Kaebisch. Os filetes de laranja cobertos com chocolate, os bombons recheados com avelã, o bolo com recheio cremoso e o chocolate quente são os meus favoritos, mas é bem provável que eu esteja sendo econômica nas indicações. A loja da marca fica no shopping CasaPark e o site é o www.kaebisch.com.br. Instagram: @kaebischschokoladen.
Bolos, tortas e afins
A confeiteira Cecília Araújo se formou em Nova York e desenvolveu o que para mim é o melhor bolo de chocolate da capital federal. As camadas de cobertura, recheio e massa do Bolo Alice formam uma guloseima com nuances perceptíveis de sabor, umidade e textura, bem próxima da perfeição. A boa notícia é que, com a recém abertura da Cozinha Alice na 414 Sul, é possível comprar o bolo em fatias. Mas, para ser bem sincera, eu mesma não me contento com um pedaço só. Prefiro que seja inteirinho (risos). É possível encomendar os tamanhos PP e P pelo WhatsApp: (61) 99126-9612. Instagram: @cozinhaalice.
Descobri o bolo de chocolate do Jacket Café, na 106 Sul, recentemente. A fatia é bem generosa e já pude provar algumas vezes para ter certeza de que é bom mesmo. A glicose sobe, a dieta se dá por vencida, mas não tem como resistir. Aproveite aquele dia em que precisa trabalhar na rua e monte o seu coffee office por lá. Um café vai muito bem para acompanhar. Instagram: @jacketcafe.
O sabor e a textura do bolo de chocolate do Café e Um Chêro me lembram da receita que a minha mãe fazia quando eu era criança. Deve ser porque a guloseima seja da Dona Alba, uma mãezona que cozinha bem demais. Vou te contar que seu pedido chega à mesa com uma canequinha de metal cheia de calda, para que você mesmo derrame sobre a massa. Não tem como não devorar em cinco minutos. Ah, e agora também dá para encomendá-lo inteirinho, pelo site da casa (www.cafeeumchero.com.br). Instagram: @cafeeumchero.
Para quem acha que a combinação de café e chocolate pode dar muito certo, Coffee Cake, do Acervo é a dica. Programe o mapa virtual e dirija-se ao setor de oficinas do Guará para experimentar essa delícia criada e aperfeiçoada por Abigail Lins há uns 20 anos. Vale dizer que este é um dos cafés mais charmosos e instagramáveis da cidade e que você pode acompanhar com vários cafezinhos garimpados e torrados por eles. Instagram: @acervocafe.
A torta Petit Hazelnut Caramel, da Bruno Veloso Pâtisserie, é um dos doces mais delicados que já provei na vida. Vem com massa crocante de avelã, caramelo salgado, mousse de creme e mousse de chocolate com graduação de 54,5% de cacau. A receita, coberta com uma glace azul reluzente, é tão boa que já teve gente tentando imitar, mas só o Bruno mesmo para fazer essa coisinha tão linda e perfeita. Ele tem outras tortas e bombons igualmente deliciosos que podem ser encomendados pelo WhatsApp: (61) 99975-8175 . Instagram: @brunovelosopatisserie.
O sal é item indispensável na cozinha e sua principal função é ressaltar o sabor dos alimentos. E não é somente em pratos salgados que o emprego deste ingrediente é indispensável. Nos doces, ele também é fundamental. Taí a torta de chocolate com flor de sal da Castália que não me deixa mentir. A receita, disponível nas lojas da 101 Norte e 304 Sul, não seria a mesma sem os floquinhos brancos salpicados por cima. Instagram: @castaliartesanal.
Para quem prefere guloseimas sem glúten ou lactose, a dica é o Bolo Búlgaro, da Civitá Fábrica (213 Norte). A textura lembra um brownie e vai bem em temperatura ambiente ou aquecida. Por cima, vão nibs que acentuam ainda mais o já intenso sabor do chocolate meio amargo. Instagram: @civitafabrica.
Já perdi a conta de quantas vezes comprei a Torta Suflair, da Casa de Biscoitos Mineiros. Essa já fez parte de muitos momentos com colegas de trabalho, amigos e família. Molhadinha e suculenta, ela vai bem em qualquer ocasião. Fora que os quadradinhos aerados de chocolate são um caso de amor à parte. A confeitaria tem diversos endereços com atendimento presencial e encomendas. Confira no www.casadebiscoitosmineiros.com.br. Instagram @casadebiscoitosmineiros.
A receita da Ivone era preparada quase que exclusivamente para atender à família Cavalcanti. Até que os irmãos Mayla, Tainah, Raíssa e Léo decidiram transformá-la em um negócio. Agora, o Bolo da Ivone é conhecido em toda a cidade. Ele pode ser comprado em fatias e até mesmo em potinhos, em vários cafés e confeitarias. Recentemente, a marca ganhou um endereço próprio dentro da loja Pretty New, na QI 3 do Lago Sul. Já a versão inteira pode ser encomendada por meio do site (www.bolodaivone.com.br). Instagram: @bolodaivone.
Apaixonada pela cultura francesa, a confeiteira Isabella Ramos criou a Torta Parisiense, essa maravilha que leva chocolate meio amargo e ingredientes de alta qualidade, tanto na massa quanto na ganache. A receita passa longe de ser enjoativa e é um perigo iminente. Pode viciar na primeira garfada. Também é indicada para quem procura alimentos sem glúten, por conveniência. Aos severamente intolerantes, fica o aviso de que o preparo pode conter traços da substância. É vendida apenas sob encomenda pelo WhatsApp (61) 98334-7699. Instagram: @atortaparisiense.
Na Lalé (411 Sul), Alessandra Lazzarini usa o chocolate em várias criações, mas o bolo de brigadeiro é, sem dúvida, a que mais chama a minha atenção. Deve ser pela densidade calibrada, pela massa molhadinha e fartura de recheio e cobertura. Duvido que algum chocólatra encontre defeito. Instagram: @lalecafedoceria.
Divina Torta é o nome da criação “chocolatuda” do Bendito Suco, uma das casas de alimentação leve mais bacanas de Brasília. A receita é um tanto cremosa, livre de glúten e vai com bastante calda por cima. Os pedidos podem ser feitos pelo WhatsApp (61) 98264-1709. Instagram: @benditosuco.
Como este texto já se estendeu além do que deveria, vou esperar outra ocasião para citar os locais que servem chocolates quentes bem cremosinhos, capazes de acalentar o estômago especialmente nestes dias frios. Ah, e claro que esta lista aí em cima pode ser atualizada a qualquer momento, porque a minha busca por delícias “chocolatudas” nunca acaba. Aguarde!
Para mais dicas de onde comer bem, siga-me no Instagram (@lucianabarbo).