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Deus e o Diabo na Terra do Sol em 4k terá sessão na Cinemateca do Rio

Produção foi restaurada pelo Metrópoles, com condução do produtor Lino Meireles e da cineasta Paloma Rocha, filha de Glauber Rocha

atualizado

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Cinema Novo, Deus e o Diabo na Terra do Sol
1 de 1 Cinema Novo, Deus e o Diabo na Terra do Sol - Foto: Reprodução

A cópia restaurada de Deus e o Diabo na Terra do Sol ganhará uma sessão na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), nesta sexta-feira (26/8). A produção, restaurada em 4k pelo Metrópoles, com condução do produtor Lino Meireles e da cineasta Paloma Rocha, filha de Glauber Rocha — diretor do longa —, já passou pelo Festival de Cannes, na França; pelo Festival di Cinema Ritrovato, na Itália; e pela Cinemateca Brasileira de São Paulo.

A sessão acontece nesta sexta-feira (26/8), às 18h30. O evento será presencial e aberto público, com entrada gratuita. “Vai ser um dia muito especial porque não é qualquer momento que você pode ter esse encontro ou reencontro com uma obra maior”, afirma Hernani Heffner, diretor da Cinemateca do MAM.

Além da exibição da produção, um dos maiores clássicos do cinema brasileiro, o evento contará com uma roda de conversas com a presença de Walter Lima, assistente de direção de Glauber Rocha em Deus e o Diabo na Terra do Sol; e Othon Bastos, que viveu Corisco no longa, lançamento originalmente em 1964; e o produtor Lino Meireles.

5 imagens
Paloma Rocha
Corisco (Othon Bastos), o diabo louro
Cena de Deus e o Diabo na Terra do Sol
Antônio das Mortes
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Cineasta Lino Meireles, responsável por Candango: A História do Festival

Felipe Menezes/Metrópoles
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Paloma Rocha

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Corisco (Othon Bastos), o diabo louro

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Cena de Deus e o Diabo na Terra do Sol

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Antônio das Mortes

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Deus e o Diabo na Terra do Sol mescla influências literárias de Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Os Sertões, de Euclides da Cunha.

A trama conta a história do vaqueiro Manuel (Geraldo del Rey) e de sua esposa, Rosa (Yoná Magalhães), que fogem para o sertão depois que ele mata um coronel que tenta enganá-lo. No ermo brasileiro, violento e assolado pela seca, eles encontram duas figuras icônicas: Sebastião, que se diz divino, e Corisco, que se descreve como demoníaco. Amarrar seus destinos com essas figuras é, no entanto, uma decisão trágica, pois o mercenário Antonio das Mortes está em seu encalço.

Assista ao teaser:

Em conversa com o Metrópoles, Hernani Heffner afirmou que é um prazer para o espaço cultural receber a versão em 4K de Deus e o Diabo na Terra do Sol, pois será possível “apreciar a obra em todo o seu esplendor”.

“Quem não conhece o filme vai ter a oportunidade de descobrir por que ele é tão famoso, tão importante, tão defendido dentro da história do cinema brasileiro. Porque um cineasta como o Glauber, que muita gente conhece pelo nome mas não conhece de título, é tão famoso a ponto de ser uma das figuras mais comentados brasileiras, mais comentadas até hoje, e ele já morreu há mais de 40 anos atrás? Por que o Glauber é o Glauber? Uma forma de você responder essa indagação é ver o filme”, apontou Heffner.

O diretor da Cinemateca do MAM ainda lembrou que, com a restauração do filme, o espectador poderá “entender por que esse filme teve todo o impacto” que apresentou em 1964, quando foi lançado.

Estreia em Cannes

Deus e o Diabo na Terra do Sol é o segundo longa da carreira de Glauber Rocha e considerado um marco do Cinema Novo – movimento cultural que impactou o audiovisual e a sociedade do Brasil. A estreia do filme, em 1964, ocorreu em Cannes, quando a produção foi exibida na mostra competitiva e recebeu indicação à Palma de Ouro.

O filme foi lançado nos cinemas do Brasil em julho do mesmo ano. O legado do diretor inclui longas-metragens, como Barravento (1962), Terra em Transe (1967), O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969), O Leão de Sete Cabeças (1970), entre outros.

O projeto de restauração teve início em 2019 e foi finalizado em 2022, mais de 40 anos depois da morte do realizador baiano.

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