Cópia em 4K de Deus e o Diabo na Terra do Sol estreia na Cinemateca Brasileira de SP
Além da exibição do filme, a sessão contará com uma mesa de debates com participação dos responsáveis pela restauração da obra
atualizado
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Após passar pelo Festival de Cannes, na França, e pelo Festival di Cinema Ritrovato, na Itália, a cópia restaurada de Deus e o Diabo na Terra do Sol vai estrear na Cinemateca Brasileira de São Paulo nesta quarta-feira (6/7). O longa será exibido na área externa do espaço. É fruto do trabalho de restauração em 4k feito pelo Metrópoles, conduzido pelo produtor Lino Meireles e pela cineasta Paloma Rocha, filha de Glauber Rocha.
Além da exibição do filme, também haverá uma mesa de debates, com participação de Lino e Paloma, além de Rogério Moraes, da CineColor, Rodrigo Mercês, coordenador de preservação da Cinemateca Brasileira, e José Luiz Sasso, restaurador de som. O evento tem entrada franca.
“Estrear na Cinemateca também é um sonho realizado. Retornar o filme a quem cuida de preservar a nossa cultura audiovisual é um reconhecimento muito simbólico”, diz Lino Meireles.
Deus e o Diabo na Terra do Sol mescla influências literárias de Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Os Sertões, de Euclides da Cunha. A trama conta a história do vaqueiro Manuel (Geraldo del Rey) e de sua esposa, Rosa (Yoná Magalhães), que fogem para o sertão depois que ele mata um coronel que tenta enganá-lo. No ermo brasileiro, violento e assolado pela seca, eles encontram duas figuras icônicas: Sebastião, que se diz divino, e Corisco, que se descreve como demoníaco. Amarrar seus destinos com essas figuras é, no entanto, uma decisão trágica, pois o mercenário Antonio das Mortes está em seu encalço.
Estreia em Cannes
Deus e o Diabo na Terra do Sol é o segundo longa da carreira de Glauber Rocha e considerado um marco do Cinema Novo – movimento cultural que impactou o audiovisual e a sociedade do Brasil.
A estreia do filme, em 1964, ocorreu em Cannes, quando a produção foi exibida na mostra competitiva e recebeu indicação à Palma de Ouro.
O filme foi lançado nos cinemas do Brasil em julho do mesmo ano. O legado do diretor inclui longas-metragens, como Barravento (1962), Terra em Transe (1967), O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969), O Leão de Sete Cabeças (1970), entre outros.
O projeto teve início em 2019 e foi finalizado em 2022, mais de 40 anos depois da morte do realizador baiano.