Tudo o que você precisa saber sobre o coronavírus (covid-19)
Saiba tudo sobre o novo coronavírus (covid-19): como se prevenir, como é a transmissão, quais são os sintomas
atualizado
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O novo coronavírus têm sido notícia desde o começo de 2020: surgido na China, o vírus se espalha rapidamente, causou mortes em idosos e casos estão sendo confirmados em todos os continentes no mundo. Na América do Sul, o primeiro caso foi registrado em 26/02.
Para te ajudar a entender a dimensão do coronavírus, bem como as maneiras que ele funciona, as formas de se proteger contra esta ameaça internacional, o Metrópoles elencou as principais dúvidas e respostas sobre a doença com base na Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Ministério da Saúde. Confira:
O que é o coronavírus?
O vírus faz parte de uma família de micro-organismos que causam doenças respiratórias muito conhecidas. Além de serem responsáveis por resfriados comuns, alguns coronavírus são mais letais, como o da Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). Os coronavírus recebem este nome pela sua forma: redonda, e cercada por uma espécie de “coroa”. O novo coronavírus é chamado oficialmente de Covid-19.
Como o coronavírus surgiu?
Ainda não há muitas informações sobre como surgiu o coronavírus, e estudos estão sendo feitos para detectar, de fato, o ponto focal da doença. De acordo com pesquisadores chineses, o vírus provavelmente vem se desenvolvendo em morcegos há cerca de uma década e só se tornou transmissível para seres humanos depois de uma mutação.
A transmissão do coronavírus só acontece por meio de um segundo animal (a famosa sopa de morcegos provavelmente não tem a ver com a disseminação da doença). Pesquisadores da Universidade de Agronomia do Sul da China sugerem que o hospedeiro intermediário é o pangolim, mas ainda não há evidências científicas suficientes para decretá-lo como responsável pela epidemia. O único mamífero com escamas é considerado o animal mais traficado do mundo, e é muito usado para fins medicinais na Ásia.
O mercado de Wuhan e o coronavírus
Os primeiros casos de coronavírus apareceram em pessoas que estiveram no mercado de peixes de Wuhan, uma cidade de 11 milhões de habitantes na China. O centro comercial é conhecido pelo comércio de animais silvestres, que podem ser os hospedeiros intermediários responsáveis pela transmissão do coronavírus para seres humanos. O mercado de Wuhan foi interditado e o governo chinês faz campanha para diminuir o consumo de carnes exóticas no país.
Quantas pessoas já morreram pelo coronavírus
Os primeiros casos do coronavírus foram registrados na China em meados de novembro, mas só no dia 31/12/2019 o governo chinês
Até as 17h desta quarta-feira (26/02/2020), de acordo com a ferramenta da universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que é usada pelo Ministério da Saúde brasileiro, 81.280 casos foram confirmados no mundo inteiro, 2.770 pessoas morreram (2.717 na China, 19 no Irã, 12 na Itália, 12 na Coreia do Sul, 2 na França, 2 no Japão, 4 no cruzeiro Diamond Princess, 1 nas Filipinas e 1 em Taiwan) e 30.322 se recuperaram e são consideradas curadas.
A taxa de letalidade é de 3,36 (número de óbitos dividido pelo número de casos, multiplicado por 100), e a maioria das mortes aconteceu em idosos com a saúde fragilizada por outras comorbidades.
O que a China fez para evitar a epidemia de coronavírus
Segundo o site oficial em português da agência de notícias estatal Xinhua considera que o coronavírus é a infecção “de mais rápida propagação e ser a mais difícil de conter desde a fundação da República Popular da China, em 1949”.
O presidente da China Xi Jinping exigiu que os comitês do Partido Comunista Chinês colocassem a vida e a saúde da população como prioridade. Por esta determinação, o feriado do ano-novo chinês foi estendido, para evitar que as pessoas saíssem de casa, e colocou a província de Hubei, onde fica Wuhan, em quarentena: transportes públicos foram suspensos e a população, alertada a não sair de casa.
Em entrevista coletiva em Brasília, o ministro afirmou que o momento é de “cabeça fria e tranquilidade, para evitar o pânico e a desinformação”. Ele disse ainda que o governo chinês tem “total confiança que vai controlar o vírus” e que tomou medidas mais rigorosas do que o padrão internacional.
Como é a transmissão
De acordo com o site oficial da Organização Mundial de Saúde (OMS), o vírus é transmitido por pequenas partículas que saem do nariz e boca de pessoas infectadas pelo coronavírus quando se tosse ou respira. É possível contrair a doença tocando superfícies com esses micro-organismos e, em seguida, levando as mãos à boca, olhos ou nariz.
O vírus também pode ser contraído pela respiração, ao estar a menos de um metro de distância de uma pessoa infectada. Um artigo publicado na revista científica internacional The Lancet questiona se o coronavírus também pode ser transmitido pelas fezes, como o Sars e Mers eram (os dois vírus são muito semelhantes ao novo coronavírus).
Quais são os sintomas do coronavírus
Os sintomas do coronavírus são bastante genéricos e se assemelham aos de uma gripe comum. O paciente com coronavírus apresenta febre, coriza, tosse e falta de ar. Uma parcela menor tem diarreia associada aos sintomas.
Como se prevenir
A indicação é praticar a “etiqueta de higiene”, lavando as mãos com água e sabão frequentemente, evitando tocar olhos, nariz e boca com as mãos sujas e cobrindo a boca com a parte interna do braço ao tossir. Profissionais de saúde, que têm contato com infectados, devem usar máscara cirúrgica especial e todo o equipamento de proteção individual (óculos, luvas, roupas descartáveis).
As possíveis complicações
O coronavírus tem cura?
Por enquanto, o coronavírus não tem cura. Há estudos que relacionam o uso de antirretrovirais utilizados no tratamento de HIV, mas ainda não há estudos que comprovem a eficácia da medicação. Chás medicinais também não combatem a doença. Os medicamentos usados no momento são apenas para aliviar os sintomas e pacientes com sintomas leves costumam se curar sozinhos.
Segundo a OMS, vários laboratórios internacionais estão em fase de estudos clínicos para desenvolver uma vacina para o coronavírus.
O que o Brasil está fazendo sobre o coronavírus
O governo brasileiro decretou nível três de emergência de saúde pública semanas antes do primeiro caso confirmado de coronavírus, que só foi definido nesta quarta-feira (26/02/2020). Todos os estados enviaram planos de contingência ao órgão e, de acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, o país está preparado para lidar com o coronavírus.
Foi feita uma licitação para a compra de equipamentos de proteção individual para reforçar os estoques das unidades de saúde de todo o país, e há também uma licitação em andamento para a instalação de até mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), caso necessário.
O ministro Mandetta afirma ainda que o brasileiro deve evitar, se possível, visita aos países onde o coronavírus está circulando. “Vale a regra do bom senso: se não precisar, por que programar? Espere para ver como o vírus se comporta. Não podemos parar a vida por causa de uma síndrome respiratória”, afirma.