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O calor no Brasil influencia na transmissão do coronavírus?

A chegada do vírus no Brasil, perante o calor do Hemisfério Sul, exige estudos sobre o contágio da doença

atualizado

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A confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, além de 20 suspeitas da doença, leva o governo brasileiro e especialistas do setor a estudarem como se dará uma das maiores preocupações dos brasileiros: a transmissão. Depois de matar pelo menos 2,3 mil pessoas na China e afetar 218 cidadãos na Itália em menos de 48 horas, a doença chega em um país de clima tropical, com calor.

Uma das hipóteses levantadas por especialistas e pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é que a variação do clima pode ter influência na transmissão do coronavírus. “Os agentes infecciosos podem ter comportamentos muito diferentes a depender do clima. Seremos o primeiro país dos trópicos a não termos temperaturas muito baixas. Pode ser que o comportamento seja completamente diferente. É uma hipótese, um dos requisitos dos estudos”, afirmou o médico infectologista, José Davi Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia do DF.

Ele exemplifica que uma contaminação nunca será igual no Polo Norte e em Cuiabá (MT). “Partimos do pressuposto que os diferentes fatores, como o calor, pode impor comportamentos diferentes, principalmente na contaminação por vias aéreas”, completou.

Caso confirmado no Brasil

O homem com o coronavírus confirmado teve histórico confirmado de viagem para Itália, região da Lombardia. Ele mora em São Paulo, tem 61 anos, e deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, nesta terça-feira (25/2). As autoridades responsáveis estão realizando a identificação dos contatos na casa dele, hospital e entre passageiros que estavam no voo em que ele viajou. Todas as análises são feitas com apoio da Anvisa junto à companhia aérea.

Comportamento do vírus

Com o acompanhamento do infectado, será possível acompanhar o comportamento do vírus no hemisfério sul, qual o grau de transmissibilidade e letalidade.

De acordo com o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Leonardo Weissnenn, com o mundo globalizado e as pessoas viajando a todo tempo, a chegada do coronavírus no Brasil já era prevista. “Por enquanto, temos um caso confirmado no Brasil e outros em análise. Só existe evolução sustentada se cinco pessoas que nunca tiveram contato umas com as outras tiverem o vírus confirmado”, ressaltou.

O comportamento e disseminação de um caso confirmado na África também será estudado por ter o clima parecido com o do Brasil.

O calor, o vírus e as máscaras

Sites, blogs e usuários de redes sociais divulgaram informações de que o coronavírus morreria em determinadas temperaturas e, por isso, no Brasil a possibilidade de transmissão seria mais baixo. Todos os especialistas ouvidos pelo Metrópoles dizem que não é possível fazer essa afirmação. “Não tem estudos que comprovem isso. Tudo é muto novo. é uma variação muito recente do vírus. O que surgir de informação assim, é falso”, disse Leonardo Weissnenn.

Sobre o uso e procura de máscaras, não existe comprovação da prevenção. Na verdade, o costume se disseminou devido à tradição em países asiáticos. Porém, no Brasil, não há necessidade de usar os objetos. A real prevenção se dá pela higiene das mãos.

O risco de infecção pelo novo coronavírus, de acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia deve ser feito evitando o contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas; com a lavagem frequentemente das mãos por pelo menos 20 segundos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar.

Se não tiver água e sabão, deve ser usado o álcool em gel 70%, caso as mãos não tenham sujeira visível. O hábito de espirrar ou tossir nas mãos também deve ser mudado. As pessoas devem proteger a boca com o braço a fim de evitar passar as secreções pelas mãos.

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