CNJ tem em mãos documento que pode complicar ainda mais Bretas
Bretas foi afastado pelo CNJ, na terça-feira (28/2), por supostas irregularidades na condução dos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro
atualizado
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem em mãos documento que pode complicar ainda mais a situação de Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro que foi afastado do cargo na terça-feira (28/2). Trata-se de um depoimento, oficializado em cartório, em que o ex-governador Sergio Cabral conta que o advogado Nythalmar Dias o procurou em junho de 2018, na prisão, dizendo-se mandatado por Bretas, e fez proposta que Cabral configurou como extorsão.
A história já havia sido contada pelo próprio Nythalmar em sua delação premiada, mas a confirmação e os detalhes fornecidos por Cabral agravam a situação de Bretas. Segundo o ex-governador afirma no documento, Nythalmar disse que Bretas propunha que ele e sua então esposa, a advogada Adriana Ancelmo, assinassem um documento entregando todos os seus bens para a Justiça. E que, diante da assinatura, Ancelmo poderia se livrar de ser condenada e presa novamente.
A decisão de Bretas que revogou a prisão domiciliar da então mulher de Cabral foi dada em 28 de agosto de 2018. Agora, Cabral entregou ao CNJ documento da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro que mostra os dias em que foi visitado por Nythalmar: 7, 12, 17 e 24 de junho de 2018 – ou seja, dois meses antes de Bretas assinar a decisão.
Bretas foi afastado pelo CNJ, nesta terça-feira (28/2), por supostas irregularidades na condução dos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro. O colegiado decidiu, por unanimidade, instaurar processo administrativo disciplinar (PAD) contra o juiz.
Por 12 votos a 3, os conselheiros determinaram o afastamento de Bretas até a conclusão das investigações. O documento enviado por Cabral ao CNJ é uma das provas que constarão nos autos da investigação.