“Não pode gastar R$ 30 bi com quem passa necessidade?”, diz Bolsonaro
Presidente questionou críticas sobre aprovação da PEC dos Precatórios, que deve ter segundo turno nesta terça-feira (9/11)
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou por que a União não pode gastar R$ 30 bilhões a mais para socorrer, segundo ele, os mais necessitados. Ele comentava a pauta da PEC dos Precatórios em uma entrevista à Jovem Pan de Curitiba.
“Agora, por favor, no Brasil, só no corrente ano, projeta um excesso de arrecadação em R$ 300 bilhões. Não pode destinar mais R$ 30 bi para atender esses mais necessitados? Um Brasil que no ano passado gastou, além do previsto, R$ 700 bilhões para atender as questões da pandemia, não pode gastar R$ 30 bi para socorrer quem já passa necessidade?”, apontou o presidente.
A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, na madrugada de quinta-feira (4/11), o texto-base da PEC dos Precatórios. Para ser aprovada, a PEC precisa do apoio de 308 deputados em dois turnos de votação. A previsão é de que a segunda votação ocorra nesta terça-feira (9/11).
“Não digo que vai morrer de fome, mas estão passando necessidades seríssimas no tocante a alimentação”, completou Bolsonaro.
O presidente afirmou que a questão dos precatórios não é calote, mas parcelamento.
“Estava previsto a gente pagar em torno de R$ 30 bilhões no ano que vem, e o STF falou que tem que ser R$ 80 bi. Esses R$ 50 bi restantes entram no teto. Daí, você não tem orçamento e fica engessado. Inclusive não tem como majorar a questão do Bolsa Família. Passou no primeiro turno na Câmara e acho que passa no segundo. Vamos ter problemas no Senado”, refletiu Bolsonaro, na entrevista.
Bolsonaro acusou partidos de esquerda de barrarem a proposta que viabiliza o Auxílio Brasil, além de dizer que falta coração aos deputados dessa ala ideológica.
“Falta coração. Acredite se quiser, quem votou contra os precatórios? PT, PCdoB, PSol, parte do MDB, partido Novo e que mais estavam me criticando pela falta de meios de subsistência para essas pessoas. Esses precatórios são dívidas da União que remontam 20 ou 30 anos atrás. Resolveu Supremo agora que tem que pagar de uma vez só”, salientou o chefe do Executivo.
Bolsonaro mais uma vez afirmou que as decisões do Judiciário têm com caráter político.
“Eu não quero tecer comentários sobre o Supremo, mas é uma medida que realmente parece que tem um caráter mais político do que econômico. Não negamos pagar e não vamos dar calote. Temos um teto, botar mais R$ 40 bi no teto, você inviabiliza tudo e inviabiliza a majoração desse novo programa social chamado Auxílio Brasil”, finalizou.