Guedes: subsidiar gás para pobres é mais eficiente que congelar preços
Durante agenda na França, ministro da Economia ainda disse que mudança na presidência da Petrobras “não terá efeitos significativos”
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (29/3) que subsidiar o preço do gás para a população mais pobre é uma “medida mais eficiente” do que congelar preços. A declaração foi feita durante coletiva à imprensa internacional, na embaixada do Brasil em Paris, na França.
“Subsidiar as pessoas desfavorecidas, com aumento da transferência de renda para quem precisa do gás para cozinhar em casa, é uma medida mais eficiente do que bloquear o sistema de preços”, disse Guedes.
Segundo o ministro, a redução de impostos sobre os combustíveis beneficiaria apenas “quem possui barco, anda de avião e pode pagar”.
Ele acrescentou que a redução na cobrança de tributos não seria a “resposta mais inteligente” para lidar com a atual crise do aumento dos preços dos combustíveis, ainda que o governo, segundo o ministro, tenha tentado fazer com que a alta não chegue ao consumidor final.
Em 10 de março, a Petrobras anunciou mega-aumento no valor dos combustíveis nas refinarias – alta de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. Desde a nova cobrança, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem tecendo críticas à empresa.
O preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, alta de 24,9%.
Um dia depois do aumento da empresa, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que altera a regra de incidência do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre combustíveis, e Bolsonaro sancionou. A iniciativa foi uma tentativa de amenizar o repasse da alta dos preços ao consumidor final.
Troca na Petrobras
Nessa segunda-feira (28/3), o governo federal formalizou a indicação do economista Adriano José Pires Rodrigues, especialista do setor de óleo e gás, para a presidência da Petrobras, em substituição ao general Joaquim Silva e Luna.
Questionado sobre o assunto, Guedes disse que a mudança “não terá efeitos significativos”. “O comentário que tenho para fazer é que a Petrobras é uma companhia listada em bolsa que tem suas próprias políticas e deve seguir as políticas que queira”, afirmou.
“Estou mais preocupado com a guerra na Ucrânia e como vamos atenuar os impactos de preços. Reduzir os impostos é o primeiro passo, pensar em reforçar a ajuda aos mais frágeis, se os preços continuarem subindo deve ser um segundo passo. Nós vamos tomando as medidas conforme a crise vai nos atingindo”, declarou Guedes.