Encontro de Bolsonaro com Moraes e Fachin durou cerca de 10 minutos
A finalidade da reunião protocolar entre o presidente e os ministros foi a entrega de convite da solenidade de posse no TSE, no dia 22
atualizado
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O encontro entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, no Palácio do Planalto, na manhã desta segunda-feira (7/2), durou cerca de 10 minutos.
Os carros oficiais chegaram ao prédio onde o chefe do Executivo despacha por volta de 11h20 e partiram às 11h35.
A agenda, marcada para ocorrer entre 11h30 e 12h, contou com a presença do advogado-geral da União, Bruno Bianco, e do subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência da República, Pedro Cesar Sousa.
A finalidade da reunião protocolar entre o presidente e os magistrados foi a entrega de convite da solenidade de posse do presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ocorrerá no próximo dia 22 de fevereiro, segundo o TSE. Fachin fica na presidência do órgão até agosto, quando Moraes assume.
Ao mesmo tempo que os ministros estavam reunidos com Bolsonaro, manifestantes pediram, na Praça do Três Poderes, liberdade ao ex-presidente do Partido Trabalhista Brasileiro Roberto Jefferson. Jefferson está em prisão domiciliar após passar meses na cadeia por fazer parte de uma milícia digital antidemocrática.
Magistrados x Bolsonaro
A entrega do convite dos ministros, para o presidente da República, ocorre em meio a entraves políticos que já duram meses, tanto envolvendo Fachin, como Moraes.
Em janeiro, por exemplo, Bolsonaro direcionou críticas a Fachin por decisão que suspendeu uma lei estadual que proibia o uso da linguagem neutra nas escolas.
“Você vê: linguagem neutra. O que que leva a isso? O nosso português já é uma língua difícil. Imagina como vai se manifestar lá fora perante o mundo. Se eu não me engano, Santa Catarina tem uma lei lá que foi sancionada pelo governador proibindo a linguagem neutra. O que o ministro Fachin fez? Deu uma liminar contra essa lei que estava lá proibindo a linguagem neutra”, disse o presidente em entrevista à Jovem Pan News.
Já com Moraes, o desentendimento se estende, principalmente desde o 7 de Setembro, quando Bolsonaro chegou a fazer críticas à autonomia da Suprema Corte.
A Polícia Federal intimou Bolsonaro a depor no ano passado. Em 29 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 15 dias para que a oitiva fosse realizada. No entanto, quando o tempo estava acabando, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu prorrogação, e o ministro concedeu mais 60 dias de prazo.
Passado o período, Moraes estabeleceu novamente que Bolsonaro prestasse depoimento. O presidente, no entanto, não compareceu e entrou com um recurso no Supremo para que ele não fosse obrigado a cumprir a ordem de Moraes. Minutos depois, o ministro negou o pedido.