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Bolsonaro diz que AGU o orientou a não depor à PF: “Cumpri à risca”

Presidente não compareceu à Superintendência da Polícia Federal na última sexta (28/1), após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF

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Bruno Bianco e Bolsonaro
1 de 1 Bruno Bianco e Bolsonaro - Foto: Reprodução/Twitter

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (31/1) que o advogado-geral da União, Bruno Bianco, o orientou a não depor à Polícia Federal no inquérito que apura o vazamento de informações sigilosas durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais do chefe do Executivo.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia determinado que Bolsonaro prestasse depoimento à Polícia Federal às 14h de sexta-feira (28/1). O presidente, no entanto, não compareceu e entrou com um recurso no Supremo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), para que ele não fosse obrigado a cumprir a ordem de Moraes. Minutos depois, o ministro negou o pedido.

Em carta à PF, Bolsonaro disse que exerceu o “direito de ausência” ao não comparecer à sede da Superintendência do órgão.

“Segui as orientações do advogado-geral da União, Bruno Bianco. Tudo que foi tratado por esse advogado, que nos defende, eu cumpri à risca. E com toda certeza o plenário do Supremo Tribunal Federal vai decidir essa questão […] A decisão [de não comparecer] foi do advogado”, afirmou o presidente em entrevista à TV Record.

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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro
No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo
O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF
“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão
Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente
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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro

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No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo

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O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF

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“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão

Fábio Vieira
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Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente

Aline Massuca
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Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados

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O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids

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O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois

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“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente

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PF intimou Bolsonaro a depor no ano passado. Em 29 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 15 dias para que a oitiva fosse realizada. No entanto, quando o tempo estava acabando, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu prorrogação, e o ministro concedeu mais 60 dias de prazo.

Mesmo assim, como o presidente não indicou a data do depoimento, o ministro marcou para a última sexta, conforme prometido.

“Tudo em paz”

No sábado (29/1), durante passeio pela feira da Catedral Metropolitana de Brasília e conversa com a imprensa, o presidente foi questionado se queria fazer algum comentário sobre a decisão do ministro do STF.

“Não, não, tá tudo em paz, tudo tranquilo, aí, tá ok?”, respondeu Bolsonaro.

Vazamento de investigação

Em agosto do ano passado, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro divulgou a íntegra de um inquérito da Polícia Federal sobre um suposto ataque ao sistema interno da Justiça Eleitoral em 2018. Segundo o próprio TSE, a tentativa de invasão não representou qualquer risco às eleições.

Atendendo a um pedido da Justiça Eleitoral, Moraes abriu um inquérito para investigar o caso. Segundo o ministro, as informações não poderiam ter sido divulgadas sem autorização da Justiça.

Ao abrir o inquérito, o ministro do STF determinou a remoção dos links disponibilizados por Bolsonaro com a íntegra da apuração e afastou o delegado da PF que era responsável pela investigação.

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