Bolsonaro: “Acertei com Moraes para encerrar inquérito das fake news”
Na semana passada, ex-presidente Michel Temer desmentiu o atual presidente após ele ter dito que fez um acordo com o ministro do Supremo
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar, nesta segunda-feira (13/6), que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não cumpriu um suposto acordo firmado entre os dois em setembro do ano passado.
Segundo o chefe do Executivo federal, esse suposto acordo envolvia o encerramento do inquérito das fake news, do qual Moraes é relator. O inquérito investiga a divulgação de notícias falsas e ataques contra o Supremo Tribunal Federal.
De acordo com ele, Moraes não cumpriu os termos da carta costurada com o ex-presidente Michel Temer, em setembro de 2021, elaborada em conjunto para abaixar a temperatura em meio a atos antidemocráticos realizados no feriado de 7 de Setembro.
“Olha, dia 7 de setembro do ano passado foi um movimento monstro no Brasil todo. No dia 9, o ex-presidente Temer esteve aqui conversando comigo. Estava na minha frente o telefone, entre nós, por três vezes falamos com ministro Alexandre de Moraes por telefone e combinamos alguma coisa. […] Envolvia o inquérito. [O Moraes disse que] ia encerrar em um ou dois meses e ponto final”, afirmou o presidente em conversa com jornalistas.
“Eu me descapitalizei politicamente. Levei pancada para caramba em troca de um cumprimento do outro lado da linha, coisa simples […] Lamentavelmente, do outro lado não veio nada. Lamentavelmente”, acrescentou.
Temer nega que houve “condicionantes”
Na semana passada, Temer afirmou que que “não houve condicionantes” na conversa que ele intermediou. Em nota, ele contestou a versão de Bolsonaro e disse que o único objetivo da carta era “ajudar a pacificar o país e restabelecer o imperativo constitucional da harmonia entre os Poderes”.
“As conversas se desenvolveram em alto nível como cabia a uma pauta de defesa da democracia. Não houve condicionantes e nem deveria haver pois tratávamos ali de fazer um gesto conjunto de boa vontade e grandeza entre dois Poderes do Estado brasileiro”, disse o emedebista.