Após descumprir ordem de Moraes, Bolsonaro diz que está “tudo em paz”
Ministro do STF havia determinado que presidente prestasse depoimento à PF nessa sexta, mas Bolsonaro descumpriu decisão
atualizado
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Após não comparecer ao depoimento da investigação que apura o vazamento de informações sigilosas durante uma transmissão ao vivo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (29/1) que “está tudo em paz”.
A declaração foi feita durante visita à feira da Catedral Metropolitana de Brasília, após ser questionado se comentaria o inquérito. O presidente foi questionado em três oportunidades. Nas duas primeiras, desconversou. Na última, respondeu: “Não, não, tá tudo em paz, tudo tranquilo, aí, tá ok?”.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia determinado que Bolsonaro prestasse depoimento à Polícia Federal na tarde dessa sexta-feira (28/1). O presidente, no entanto, não compareceu e entrou com um recurso no Supremo para que ele não fosse obrigado a cumprir a ordem de Moraes. Minutos depois, o ministro negou o pedido.
A PF intimou Bolsonaro a depor no ano passado. Em 29 de novembro, o ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 15 dias para que a oitiva fosse realizada. No entanto, quando o tempo estava acabando, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu prorrogação, e o ministro concedeu mais 60 dias de prazo.
Mesmo assim, como o presidente não indicou a data do depoimento, o ministro marcou para essa sexta, conforme prometido.
Vazamento de investigação
Em agosto do ano passado, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro divulgou a íntegra de um inquérito da Polícia Federal sobre um suposto ataque ao sistema interno da Justiça Eleitoral em 2018. Segundo o próprio TSE, a tentativa de invasão não representou qualquer risco às eleições.
Atendendo a um pedido da Justiça Eleitoral, Moraes abriu um inquérito para investigar o caso. Segundo o ministro, as informações não poderiam ter sido divulgadas sem autorização da Justiça.
Ao abrir o inquérito, o ministro do STF determinou a remoção dos links disponibilizados por Bolsonaro com a íntegra da apuração e afastou o delegado da PF que era responsável pela investigação.