“Pessoas são dependentes, estão viciadas”, diz Lula sobre bets
Presidente se reúne nesta tarde com ministros para debater regulamentação de apostas desse tipo e repercussões de saúde mental
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (3/10), que as pessoas estão “dependentes” e “viciadas” em jogos de apostas conhecidos como bets. A fala ocorreu em reunião no Palácio do Planalto com ministros.
“É importante [debater] os jogos que a sociedade brasileira está envolvida nas bets e outros tipos de jogos. Tem muita gente se endividando, muita gente gastando o que não tem, as pessoas são dependentes, estão viciadas”, disse.
“A regulamentação dos jogos foi feita pelo governo Temer, passou pelo governo Bolsonaro, que não fez absolutamente nada, e quando entramos fizemos avaliação, começando pelo Ministério da Fazenda. Fizemos a primeira medida provisória e uma sequência que aconteceu até o dia de hoje”, completou.
O encontro desta tarde é para discutir as empresas que desejam explorar o mercado de quota fixa no Brasil, as chamadas bets.
Dessa forma, é esperado que o grupo decida os próximos passos do governo, inclusive a possibilidade de impedir que os beneficiários do Bolsa Família apostem nas bets, e questões de dependência e saúde mental.
Segundo o Banco Central (BC), cerca de cinco milhões de auxiliados pelo Bolsa Família utilizaram R$ 3 bilhões em sites de apostas esportivas por meio do Pix.
A maioria é chefe de família, ou seja, quem recebe o benefício do governo federal.
Participam da reunião com Lula:
- Vice-Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin;
- Ministro da Casa Civil, Rui Costa;
- Ministro da Fazenda, Fernando Haddad;
- Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias;
- Ministra da Saúde, Nísia Trindade;
- Ministro do Esporte, André Fufuca.
Lista “positiva”
Na terça-feira (1º/10), o Ministério da Fazenda divulgou a lista “positiva” das bets, composta pelas empresas que pediram autorização do Brasil para explorar o mercado no Brasil.
Esse é um selo provisório por se tratar de um período de adequação concedido pelo governo federal para as companhias. A lista definitiva será feita no fim deste ano e, a partir de 1º de janeiro de 2025, apenas as marcas autorizadas poderão atuar no país.