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Com empresários, Bolsonaro ataca esquerda: “É isso que nós queremos?”

Presidente cobrou responsabilidade de investidores em conferência do BTG Pactual e disse que esquerda é sinônimo de “fracasso” e “corrupção”

atualizado

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Bolsonaro no lançamento do RG Único
1 de 1 Bolsonaro no lançamento do RG Único - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Em tom exaltado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) desabafou diante de empresários durante conferência do banco BTG Pactual realizada nesta quarta-feira (23/2). Em discurso inflamado, o mandatário do país atacou a esquerda – “sinônimo do fracasso, da corrupção, do atraso” – e cobrou responsabilidade dos agentes financeiros para evitar a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder.

“O que está em jogo no nosso Brasil é a nossa liberdade e a nossa Economia. É isso que nós queremos para o Brasil? Dá para deixar rolar numa boa, quem chegar chegou, tudo bem, ninguém vai sofrer nada com isso e a Economia vai continuar numa boa?”, questionou.

Durante sua fala, o presidente citou algumas medidas para que os empresários reflitam sobre como o petista, seu principal adversário político, lidaria com elas.

“O Brasil está polarizado. Apesar de eu não estar em campanha, o outro lado está em campanha. Eu queria perguntar a vocês como o Brasil estaria se estas medidas fossem implementadas, o que vocês acham de revogarmos a autonomia do Banco Central, a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, retornar o imposto sindical, reestatizar empresas, acabar com teto de gastos, o governo começar a interferir no preço dos combustíveis e da energia…”, listou Bolsonaro.

Exaltado, Bolsonaro prosseguiu: “Isso já não é suficiente para pessoas com responsabilidade tomarem uma posição? Responsabilidade não é só com economia, não. É com a vida, é com a liberdade, é com o futuro do país. E nós sabemos o que vai acontecer com a nossa pátria se esses bandidos voltarem para cá”.

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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos
Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula
No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice
O ex-governador, inclusive, tem sinalizado favoravelmente ao petista
A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República
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Quinze anos depois de concorrerem como rivais nas eleições ao cargo de chefe do Executivo federal, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) ensaiam formar aliança inusitada para 2022

Ana Nascimento/ Agência Brasil
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Lula e Alckmin disputaram o segundo turno das eleições presidenciais de 2006 em uma campanha marcada por ataques mútuos. Lula saiu vencedor com 48,61% dos votos

Band/Reprodução
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Após a derrota, Alckmin seguiu como oposição ferrenha a Lula

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No entanto, mirando nas eleições de 2022, o ex-presidente mostrou interesse em ter Alckmin como vice

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O ex-governador, inclusive, tem sinalizado favoravelmente ao petista

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A aliança entre os políticos é estratégica. Ter Alckmin como vice pode atrair setores do mercado e do empresariado que resistem ao nome de Lula como candidato à Presidência da República

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O tucano pode, também, agregar mais votos de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país

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De acordo com pesquisa realizada em setembro de 2021 pelo Datafolha, Alckmin estava na liderança para o governo paulista

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A aliança entre os políticos foi oficializada em abril de 2022. A "demora" envolveu, além das questões legais da política eleitoral, acordo sobre a qual partido o ex-governador se filiaria

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Ao ser vice de Lula, Alckmin almeja ganhar ainda mais projeção política, o que o beneficiará durante possível corrida presidencial em 2026

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Renovação no Congresso

Durante a conferência do BTG Pactual, o presidente foi questionado sobre como acha que será o perfil do Parlamento brasileiro em 2022. Ao responder à pergunta, Bolsonaro disse acreditar que os novos integrantes do Legislativo, a serem eleitos em outubro deste ano, vão abandonar a esquerda e se direcionarão para o “centro” e a “direita”.

“Hoje em dia, com a nova legislação eleitoral, com a diminuição do número de candidatos, até, que vai dar para fazer uma melhor depuração do que está acontecendo. Eu acredito que o Congresso de 2023 – com todo o respeito ao atual, que tem muita gente boa lá – mas vai melhorar e muito. E vai se direcionar mais para o centro, para a direita, abandonar a esquerda”, afirmou Bolsonaro.

Ele prosseguiu dizendo que a esquerda “é o sinônimo do fracasso, da corrupção, do atraso”. “Então acredito que vamos melhorar o Parlamento e vamos ter menos dificuldade pra aprovar reformas no futuro”, declarou.

Bolsonaro volta a criticar ministros do STF

Durante o evento com investidores do país, o presidente ainda voltou a criticar os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em determinado momento, ele pediu para que “dois ou três” não “esticassem a corda” e agissem “dentro das quatro linhas da Constituição”.

“Não vai ser o chefe do Executivo, mas, por favor, dois ou três no Brasil não estiquem esta corda, vocês vão ter que vir para dentro das quatro linhas. Afinal de contas, todos nós temos limites. Alguns poucos acham que não têm; que podem ficar brincando o tempo todo de nos controlar, de desrespeitar nossa Constituição, de ferir nossa liberdade de expressão, de prender deputado, por mais errado que ele tenha sido em suas palavras e querer botar freio na nossa liberdade de discutir eleições nas redes sociais”, declarou.

Também nesta quarta, durante cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que é o Poder Executivo que “resiste” às “arbitrariedades” e “estapafúrdias” de duas ou três pessoas.

“Geralmente, quem busca colher a liberdade e impor um regime de força no país é o chefe do Executivo. E aqui é exatamente ao contrário. É o chefe do Executivo que resiste. Agências de checagens, arbitrariedades, estapafúrdias, dizendo que duas ou três pessoas no Brasil passam a valer mais que todos nós juntos. Mais que a Câmara, mais que o Senado, mais que o Executivo, mais que os outros órgãos do Judiciário, mais que o TCU, mais que o STJ… Nós vamos ceder para dois ou três e relativizar a nossa liberdade?”, disse o presidente.

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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro
No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo
O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF
“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão
Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente
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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro

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No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo

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O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF

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“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão

Fábio Vieira
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Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente

Aline Massuca
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Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados

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O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids

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O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois

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“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Barroso, Fachin e Moraes são o alvo predileto da artilharia de Bolsonaro, que diz não criticar Poderes, mas autoridades. Após manifestação de 7 de Setembro, o presidente chegou a pedir ao Senado o impeachment de Moraes, o que não prosperou.

Nessa terça-feira (22/2), ele informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não participaria da posse dos ministros Edson Fachin e Alexandre Moraes como parte da nova direção da Justiça Eleitoral.

Bate-papo com apoiadores

A posse estava marcada para as 19h. Por meio de um ofício enviado à Corte Eleitoral, Bolsonaro disse que não poderia comparecer à cerimônia em razão da “extensa agenda”. Apesar de Bolsonaro ter alegado “compromissos preestabelecidos” durante o horário da posse, o presidente não tinha agendas oficiais no horário da cerimônia do TSE e preferiu ficar conversando com apoiadores no cercadinho do Alvorada.

De acordo com a agenda presidencial, atualizada às 20h, o último compromisso de terça foi uma reunião com o ministro da Cidadania, João Roma, das 17h às 17h30.

Bolsonaro foi convidado para a posse no TSE em 7 de fevereiro. Os ministros Fachin e Moraes foram pessoalmente ao Palácio do Planalto entregar o convite ao presidente. O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) representou o chefe do Executivo federal na posse dos ministros nessa terça-feira.

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