Volta do Conselhão tem recados a Campos Neto e Bolsonaro
Atual conjectura da equipe é composta em 40% de mulheres; Lula fala em fim dos “tempos de trevas”
atualizado
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A cerimônia que deu início aos trabalhos do conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o chamado Conselhão, nesta quinta-feira (4/5), teve clima bem-humorado e de muitos recados no Palácio do Itamaraty.
No primeiro discurso, Alexandre Padilha (Relações Institucionais) lembrou que Jair Bolsonaro (PL) extinguiu o Conselhão em uma atitude “nefasta”. Destacou, agora, que o grupo é muito mais representativo. E de fato é. Foram vistas muitas mulheres, negros e alguns dos principais representantes do PIB brasileiro.
Em um Palácio Itamaraty tomado, Leila Pereira dividiu com Lula (PT) o centro das atenções. A presidente do Palmeiras distribuía sorrisos e selfies aos outros conselheiros, que faziam fila para tietá-la.
Leila foi lembrada por Padilha, que a saudou como a primeira presidente de clubes campeã da Copa Libertadores. A banqueira da Crefisa foi aplaudida por todos. Um dos presentes brincou “só faltou o mundial”.
Alexandre Padilha também destacou que as mulheres representam 40% dos integrantes do atual conselho. Há também, pelo menos, 30% de pretos, pardos e indígenas. Todas as 27 Unidades da Federação estão representadas.
A dona das lojas do Magazine Luiza, Luiza Trajano, cobrou de Padilha que o grupo deve ter no próximo mandato 50% de mulheres. O ministro fez que sim com a cabeça.
Juvandia Moreira, representante do movimento sindical, repudiou a decisão do Copom em manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano e disse que a manutenção fere “a dignidade do brasileiro”.
Lula
No momento do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o sistema de som e vídeo do Itamaraty caiu. O petista brincou: “tem tanta água e energia, tem até gente pedindo pra parar de chover em algumas regiões. A energia cair bem quando eu tô falando é brincadeira…”. Risada geral.
Quando o sistema voltou, Lula improvisou uma parte do discurso, mas leu grande parte do texto escrito por sua assessoria. “Tenho um discurso aqui para não cometer nenhuma gafe e virar notícia na rede social”, disse o presidente.
Lula fez acenos a ministros do Supremo Tribunal Federal e aos congressistas. Disse que em seu governo estes podem voltar a “sair na rua e jantar em restaurantes”. E que os “tempos de trevas” do governo de Jair Bolsonaro (PL) estavam acabados.
Também fez menção a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central: “É muito engraçado o que se pensa nesse país, todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juro. ‘Ninguém fala de juro’, como se um homem sozinho soubesse mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, declarou Lula, que foi aplaudido pela plateia.
O presidente também brincou com Leila Pereira e disse que o Conselhão só seria mais diverso se o presidente do Corinthians fizesse parte. “Mas agora o Corinthians infelizmente não representa o que a gente quer no futuro”, lamentou Lula.
Nas mesas mais próximas do palco em que estavam Lula, Janja, Geraldo Alckmin e a embaixadora Maria Laura da Rocha, se sentaram Gabriel Chalita; Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas; Abílio Diniz; Priscilla Cruz; Nelson Jobim; entre outros. Leia a lista de todos os integrantes do Conselhão aqui.
Cada conselheiro recebeu um diploma assinado pelo ministro Alexandre Padilha com agradecimentos por fazer parte do time.