General não tem apoio nem do partido para mensalidade em universidades
Proposta de Peternelli (União-SP) esbarra no líder do partido, no secretário-geral e entre vários deputados: “Totalmente contra”
atualizado
Compartilhar notícia
A ideia do deputado general Peternelli (União-SP) de cobrar mensalidade de estudantes de universidade pública não encontra apoio nem no comando de seu partido e nem entre seus colegas de legenda. Dois importantes líderes do União se manifestaram ontem serem contrários à proposta.
Ao Blog do Noblat o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirmou não concordar com o projeto.
“Sou contra, mas não veja problema que o assunto seja debatido”, afirmou Elmar, ontem.
Mais cedo, o secretário-geral do União, o ex-governador ACM Neto, também registrou posição contrária à PEC de Peternelli. Foi numa entrevista ao UOL.
“Eu sou contra, totalmente contra. Ontem, quando soube desse assunto, me manifestei ao líder nacional da bancada, Elmar Nascimento”, friosou Neto.
Vice-presidente da Comissão de Educação, Moses Rodrigues (União-CE) criticou duramente o projeto do general nas suas redes sociais, definido por ele como “retrocesso” e “absurdo”.
“Somos contra a PEC 206 que institui a cobrança de mensalidades nas universidades públicas. A PEC é um retrocesso ao direito constitucional à educação. Como vice-presidente da Comissão de Educação digo não a esse absurdo”.
Outra deputada do União, Rose Modesto (MS) também criticou a PEC das mensalidades. Para ela, a proposta é “inaceitável”.
“Viabilizar a matrícula e a permanência dos estudantes mais vulneráveis é um dever do estado. A gratuidade do ensino público promove a inclusão social e o desenvolvimento humano. A PEC 206 vai tolher qualquer possibilidade de crescimento àqueles que mais precisam. É inaceitável” – postou Modesto.
Mesmo com a oposição de líderes e deputados do partido, o União Brasil deu publicidade à PEC do general Peternelli nas suas redes.
O projeto tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, e a oposição tenta atrasar ao máximo que seja votado.
“Sempre se comenta no Brasil que quem tem mais, paga mais. Está aí uma boa oportunidade. Cada um que tenha dificuldade em pagar faz uma solicitação a uma comissão de dois alunos, dois professores, e dois assistentes sociais fazem a análise e concedem ou não a bolsa solicitada”, disse Peternelli.