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Três décadas depois e seguem a lista suja, os resgatados, a escravidão

Durante 27 anos, os grupos móveis de fiscalização atuaram, mas boa parte eram em canaviais e carvoarias

atualizado

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Divulgação/PRF
Trabalho escravo - escravidão
1 de 1 Trabalho escravo - escravidão - Foto: Divulgação/PRF

Vinte e sete anos depois da criação do Grupo Móvel de Fiscalização, o país vive, de novo, com a inaceitável presença do trabalho análogo à escravidão nas suas vísceras.

O grupo foi instituído na gestão de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e bem reforçado no primeiro mandato de Lula.

Foram dezenas de casos, centenas, senão milhares, de trabalhadores resgatados – é esse o verbo – e muitas dezenas de empresas na “lista suja” – assim mesmo que se chamava – do trabalho escravo do país.

A chiadeira dos proprietários era grande, como grandes eram os escritórios de advocacia contratados para defender esses homens nos tribunais do país.

Canaviais e carvoarias eram em boa  parte o alvo desses grupos. Uma equipe dessas, de fiscais do trabalho, foi assassinada em Minas Gerais: três auditores do trabalho e um motorista foram mortos na “Chacina de Unaí” (MG), numa emboscada. Foi em 2004, em pleno governo Lula, já com esses grupos móveis atuantes. Ou por isso mesmo foram presos esses servidores.

Agora, estoura esse caso nas videiras da serra gaúcha, onde há até tours para turistas visitarem os parreirais. Marcas famosas envolvidas. Direta ou indiretamente. Não podem contratar terceiros sem saber o que exatamente eles fazem.

O país retrocedeu, de novo. As condições de vida das dezenas de nordestinos resgatados, sim, na famosa Bento Gonçalvez (RS) eram mais que precárias. Eram aviltantes. É trabalho escravo.

Terroristas na Esplanada, yanomamis subnutridos e mortos, “caiçaras” mortos na lama do litoral paulista e, agora, os trabalhadores escravos de Bento Gonçalvez. 2023 segue estranho.

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