Silveira faz as pazes com o agro e ganha apoio para continuar no cargo
Ministro de Minas e Energia quase caiu por pressão do Centrão, agora sinaliza cooperação em projetos do grupo
atualizado
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, balançou, balançou, mas não caiu. Muito o que justifica a permanência no cargo é as pazes que fez com o setor do boi do Congresso Nacional. O ministro tem defendido ativamente a agenda do setor da Agropecuária, que agora está apostando em projetos de biocombustível.
Nessa aproximação tardia, o MME lançou o programa Combustível do Futuro, que prevê uma série de políticas para a transição energética. Outra sinalização foi dada nos bastidores à Frente Parlamentar do Biodiesel, cujo presidente, Alceu Moreira (MDB-RS), propôs a criação do Plano Decenal para misturas do biodiesel no diesel fóssil. O deputado Pedro Lupion (PP-PR), atual presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), também articula a pauta dos biocombustíveis.
Esses dois projetos estão na Pauta Verde do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que deve ir à votação no Plenário em novembro.
Silveira quase caiu por não ter apoio dos setores representados no MME. Era visto como um estranho no ninho. O Centrão chegou a pedir sua cabeça a Lula (PT), mas o presidente da República o segurou.
O auge da fritura foi depois do apagão nacional de agosto. Na época, Silveira recebeu até mesmo fogo amigo de setores do governo.
Nas últimas semanas, o MME tem dado diversas sinalizações positivas ao setor da agropecuária, que tem a bancada mais numerosa da Câmara.
O esforço diante da pauta renovável também vem gerando reações positivas no setor dos biocombustíveis. O diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, diz que “Silveira tem dado sinalizações importantes em torno dessa pauta e encontrou apoio no Legislativo”.
“Há uma convergência expressiva para avancar na descarbonização” – Donizete Tokarski.