Senado: disputa pelo TCU tem aliança improvável, mágoa e cesta de uva

Na próxima terça-feira, os senadores escolhem um dos seus para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU). Na disputa, três parlamentares em fim de mandato: Katia Abreu (PP-TO), Antônio  Anastasia (PSD-MG) e Fernando Bezerra (MDB-PE). A contenda se afunila e no páreo mesmo estão os dois primeiros.

Bezerra, que é líder do governo no Senado, é um pote de mágoa com a falta de apoio do Palácio do Planalto. Enquanto isso, segue distribuindo currículo aos seus pares e despachou para os gabinetes uma vistosa cesta de uvas. Apesar do mimo, é forte o rumor de que pode desistir em favor da senadora.

Kátia Abreu formou no seu entorno uma aliança improvável: do Planalto ao PT, de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) a Renan Calheiros (MDB-AL).  O PT vai com a senadora porque seu primeiro suplente é o petista Donizeti Nogueira, e o partido ganha por um ano mais um na sua bancada. E seu apoio a Dilma Rousseff no impeachment ainda é lembrado. A senadora tem oferecido jantares aos colegas de parlamento.

Anastasia belisca um pouco de voto em cada canto: muitos no PSDB, vários no Podemos e outros no PSD. O mineiro tem o apoio do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Davi Alcolumbre (DEM-AP). Pacheco tem se empenhado “mineiramente” por Anastasia para não criar arestas e não atrair desafetos na casa que preside. Afinal, já tem até seu nome para o Senado em 2022, que é Alexandre Silveira, diretor jurídico de seu gabinete e primeiro suplente de Anastasia.

Na conta dos “observadores” dessa disputa, há entre 10 a 15 senadores indecisos, que vão definir quem será o substituto de Raimundo Carreiro, que se aposenta do TCU, mas ganha uma vaga de embaixador em Portugal.

Na terça, candidatos serão sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos. Os relatores devem considerá-los aptos ao cargo, mas a votação mesmo ocorrerá no plenário. Voto em cédula e secreto.