Rui Costa se segura no cargo por fritura de Jean Paul Prates
Ministro da Casa Civil foi salvo por mudança de foco de Lula, mas segue recebendo fogo amigo no governo
atualizado
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Após ser citado em uma delação premiada sobre o caso de respiradores superfaturados na Bahia, o ministro Rui Costa (Casa Civil) se viu pela primeira vez balançando no cargo. Só não balançou mais pela mudança de foco de Lula (PT) já na quinta-feira (04/04).
Lula se viu no centro de uma grande especulação sobre o comando da Petrobras. O Palácio do Planalto estaria discutindo a troca de Jean Paul Prates por Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento). A saída de Prates teria origem da sua posição sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da estatal.
A fritura de Prates se dá pelo menos desde o início de 2024, sob a regência de Rui Costa e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia. Costa defende a substituição do presidente da Petrobras desde janeiro.
Como principal conselheiro de Lula sobre o assunto, o ministro foi consultado sobre a crise ontem, mesmo com o presidente “bravo” com ele. Segundo relatos, Lula ficou muito incomodado por “ter mais um ministro envolvido com corrupção” —já bastava o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
A divergência na Petrobras caiu como uma luva para o ex-governador da Bahia, que foi alvo de fogo amigo no Palácio do Planalto. Na tarde de quarta-feira (03/04), o presidente Lula foi aconselhado a demitir o ministro da Casa Civil e nomear Alexandre Padilha (Relações Institucionais) no seu lugar.
Lula, no entanto, decidiu manter Rui Costa pelo menos até o final das investigações, que segundo a Polícia Federal (PF) estão na fase final. Ao presidente caiu bem a explicação de Rui Costa que ele seria o “principal interessado” na investigação e que o próprio ministro pediu que a PF apurasse o caso.