Rixa entre Padilha e Lira obriga Rui Costa a entrar em campo (de novo)
Ministro da Casa Civil deve trabalhar novamente como bombeiro na relação entre ministro das Relações Institucionais e presidente da Câmara
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve ser escalado novamente como bombeiro na relação estremecida entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Costa deve conduzir as conversas entre o governo federal e Arthur Lira. Ele já havia atuado dessa forma quando o governo articulava pela aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária.
O momento, no entanto, não é lá muito bom para o ministro da Casa Civil, que enfrenta uma acusação de ser um dos atores de uma fraude na compra de respiradores na Bahia, na época em que era governador do Estado. Costa também é um dos protagonistas do processo de fritura do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que se segura no cargo.
Sobrecarregado, o ministro terá que cumprir a missão de abafar a crise entre Padilha e Lira, que ficou evidente após a ofensa de ontem (11/04) à tarde.
A avaliação no Palácio do Planalto é que a ofensa de Lira a Padilha ultrapassou o limite “protocolar” das críticas já feitas pelo presidente da Câmara há um ano. Lira já não falava com Padilha, não atende suas ligações, não responde a recados, mas o “xingamento” foi considerado demais.
Lira chamou o ministro das Relações Institucionais de “incompetente” e de “desafeto pessoal”. “Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização [na análise da prisão de Brazão]. Eu deixei bem claro que ontem (10/04) a votação foi de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver [com influência]”, afirmou Lira.
Para o Palácio do Planalto, de “desafeto pessoal” essa briga não tem nada. A irritação de Lira se dá pelo aviso do veto do presidente Lula ao Projeto de Lei das Saidinhas, consumado naquela tarde, e ao já malfadado veto aos R$ 5,6 bilhões do Orçamento.
Lira promete atuar pessoalmente pela derrubada destes dois vetos quando forem analisados. A expectativa é que ambos sejam revistos pelo Congresso ainda neste mês de abril.