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Você viu Eduardo Bolsonaro por aí? A Justiça está à procura dele

O mais ideológico dos filhos Zero do ex-presidente

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Petista Eduardo Bolsonaro na CPMI do 8 de Janeiro - Metrópoles
1 de 1 Petista Eduardo Bolsonaro na CPMI do 8 de Janeiro - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Não sei por que os oficiais de Justiça sempre me encontram quando querem me intimar em algum processo. Ou melhor: eu sei. Porque nunca me escondo deles. Nunca me escondi.

Eu não mando dizer que não estou em casa, estando. Desde que criei este blog há 20 anos, trabalho quando a maioria de vocês dorme. Quem me segue no X, ex-Twitter, sabe disso.

Alguns dos oficiais de Justiça até costumam deixar o número dos seus telefones para que eu ligue quando for possível. E eu ligo todas as vezes. E eles reaparecem para me intimar.

Não deveria ser tão difícil intimar políticos com domicílio em Brasília e obrigados a frequentar o Congresso. Sim, eles trabalham pouco por aqui, de dois a três dias por semana.

Mas para não terem seu ponto cortado, acabam aparecendo. Apareciam mais antes da pandemia da Covid. Aí, o presidente da Câmara dos Deputados inventou a “sessão virtual”.

A pandemia passou, mas a sessão virtual, não. Os deputados continuam podendo votar à distância, e dar a senha para que assessores votem em nome deles. Uma maravilha, não é?

Talvez por isso, o Supremo Tribunal Federal tenta há seis meses intimar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para que responda a uma queixa-crime – mas sem sucesso.

Em julho de 2023, Eduardo disse que “não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar nossos filhos para o mundo do crime”.

E acrescentou: “Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo o tipo de relação”.

Dos filhos Zero de Bolsonaro, Eduardo é o mais ideológico. Se Flávio, senador, gosta de fazer negócios, Carlos de ajudar o pai e Jair Renan de se divertir, Eduardo gosta de polemizar.

Foi ele que disse que para fechar o Supremo bastariam um cabo e um soldado. Foi ele que viajou à Argentina e pediu asilo para os golpistas do 8/1. Foi ele que esculhambou o Nordeste.

O ministro bolsonarista Kassio Nunes Marques, relator do processo, em 23 de outubro do ano passado, abriu prazo de 15 dias para que Eduardo se manifestasse, o que não aconteceu.

Um mês e pouco depois, as oficiais da Justiça Federal Cristiane Oliveira e Doralúcia Santos apresentaram um relato detalhado das dificuldades que tiveram à caça de Eduardo.

Foram sete tentativas fracassadas de intimá-lo. Elas dizem que receberam “informações imprecisas” dos funcionários do deputado e que nunca conseguiram acesso a ele.

A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) pediu a Nunes Marques que faça a citação por hora certa, determinando um horário para que Eduardo receba a notificação judicial.

Paulo Gonet, procurador-geral da República, recomendou em 16 de maio último a aprovação do pedido de Luciene. Então foi a vez de Nunes Marques não se manifestar. Ficou calado até agora.

Compreensível. Um dia, Nunes Marques entrou no gabinete do então presidente Bolsonaro na condição de candidato a uma vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Foi amor à primeira vista. Bolsonaro gostou tanto dele que lhe ofereceu a vaga de ministro do Supremo. Nunes Marques saiu de lá muito agradecido.

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