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Valdemar está com saudades do tempo em que era governo

A um político, peça-se tudo, menos que se suicide

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1 de 1 imagem colorida mostra valdemar costa neto, presidente do pl, partido de jair bolsonaro - Metrópoles minuta golpista - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Rogério Marinho (PL-RN) nunca teve chances de se eleger presidente do Senado. Acreditou os desinformados. Fingiu acreditar quem viu nele a oportunidade de negociar em melhores condições o apoio à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, atribuiu a derrota de Marinho ao empenho do governo Lula em reeleger Pacheco:

“Lutar contra o governo é muito difícil. Eles têm muita força, têm uma bancada grande”.

Valdemar sabe o que diz. Sempre foi governo desde que entrou na política. Mas mente ou exagera ao afirmar que havia um “clima de virada” a favor de Marinho até a véspera da eleição. Não havia. Ou melhor: havia um clima criado por quem apoiava Marinho.

“Aí o governo Lula entrou com tudo”, lamenta Valdemar. Não entrou com tudo. Entrou mais com promessas futuras do que com entregas reais. As entregas ficaram para votações de projetos que em breve o governo enviará ao Congresso.

Na arca de Noé de Lula há lugar para todas as espécies de bichos que queiram escapar da nau bolsonarista que adernou desde outubro último. Valdemar não seria um bicho estranho. Ele e Lula já navegaram juntos. Nada impede que voltem a navegar.

Navegar é preciso, tanto para Lula como para Valdemar. Parte do PL não bolsonarista, ou só um pouco, quer singrar para um novo mundo. A vida na oposição é sempre mais dura. E se o governo dá certo, a reeleição de quem se lhe opôs é complicada.

Valdemar está com muitos problemas pela frente. Vários deles com a Justiça. Essa história de que todo mundo em Brasília tinha uma minuta do golpe foi uma derrapada que ninguém esperava que ele desse, um político malandro e com tanta experiência.

Bolsonaro é um enorme problema. E se ele se tornar inelegível? É só o que se fala nos corredores do Tribunal Superior Eleitoral. O que será do PL? E de Valdemar? Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, já chama Lula de sócio.

Peça-se a um político qualquer sacrifício, qualquer sacrifício, menos o de suicidar-se. Valdemar poderá carregar o caixão de Bolsonaro até a porta do cemitério, mas não passará dali. Talvez nem leve.

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