Vai depender dos militares a aceitação por Bolsonaro de uma derrota
Renovada a ameaça à democracia
atualizado
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Bolsonaro, que em entrevista ao SBT apresentou-se como um democrata, incapaz de restringir a liberdade de imprensa ou de ameaçar a justiça, voltou a condicionar sua aceitação do resultado da eleição à análise dos militares:
“Os militares foram convidados na defesa eleitoral, se nada for encontrado, você não tem porque duvidar”.
O trabalho de fiscalização do processo eleitoral feito pelas Forças Armadas prevê que uma última etapa de análise de dados sobre as urnas eletrônicas ocorra até dois meses após as eleições, com término previsto para 5 de janeiro de 2023.
A última fase está detalhada no plano de trabalho produzido pelas Forças Armadas, documento ao qual o jornal Folha de São Paulo teve acesso. O documento é assinado pelo coronel Marcelo Nogueira, chefe da equipe de fiscalização do sistema eleitoral.
A pergunta que não cala: e se em janeiro, ou antes disso, os militares revelarem que encontraram coisas que põem em dúvida a lisura dos resultados das eleições? Bolsonaro concluirá que houve fraude, recusando-se a deixar o poder? Os militares o apoiarão?
Cabe à Justiça, somente a ela pelo que está escrito na Constituição, declarar se as eleições foram limpas ou não, e se não foram, convocar novas eleições. Qualquer coisa diferente disso é golpe.