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União Europeia e a Rússia declaram guerra à liberdade de expressão

Enquanto isso, a imprensa ocidental é proibida de cobrir a guerra entre Israel e o grupo Hamas. Já morreram mais de 100 jornalistas

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo anunciou que será proibido no país o acesso pela internet a 81 meios de comunicação social de 25 países europeus. É uma resposta à decisão da União Europeia (UE) que proibiu no seu espaço “qualquer atividade de radiodifusão dos meios de comunicação social russos RIA Novosti, Izvestia, Rossiyskaya Gazeta e Voice of Europe.

Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, reagiu ao anúncio repudiando a decisão da Rússia:

“Portugal repudia fortemente a decisão da Federação Russa (…). Em defesa da liberdade de expressão, a nossa solidariedade com o jornalismo livre”.

A vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, também defendeu que o bloqueio representa “represálias absurdas” pelas medidas tomadas pela UE contra os meios de comunicação social russos:

“Não, os órgãos de propaganda financiados pela Rússia para espalhar a desinformação no âmbito da doutrina militar russa não são semelhantes aos meios de comunicação independentes. As democracias sabem disso”.

Replicou o comunicado do ministério russo:

“Os meios de comunicação social da UE divulgam sistematicamente informações falsas sobre o desenrolar da operação militar especial na Ucrânia.”

A Rússia chama a invasão da Ucrânia, e a guerra ali em curso desde fevereiro de 2022, de “operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho. Que tal? Nada demais. Aqui, por décadas, o golpe militar de 64 foi chamado de revolução.

Os alemães nazistas batizaram de “Solução Final” o holocausto que dizimou mais de 6 milhões de judeus e de outras minorias durante a Segundo Guerra Mundial. Holocausto significa massacre. Vá chamar de holocausto dos palestinos o que ocorre na Faixa de Gaza, onde Israel já matou quase 40 mil pessoas…

Por sinal, a guerra travada contra a liberdade de expressão não se resume a um confronto entre a Rússia e os países europeus. A imprensa ocidental é proibida por Israel de cobrir a guerra em Gaza, que agora se estende pela Cisjordânia e bate às portas do Líbano.

Só quem ainda pode cobrir são os jornalistas palestinos que vivem na Faixa de Gaza. Já morreram mais de 100 deles até aqui. A Al Jazeera, emissora de televisão do Qatar, permanece proibida de atuar em Israel desde o dia 5 de maio último.

Segundo o governo de Israel, o único país do Oriente Médio que o mundo ocidental reconhece como democrático, a Al Jazeera é uma ameaça à sua segurança. A ditadura militar de 64 invocava a “segurança nacional” para censurar a imprensa brasileira.

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